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Guarapari: Projeto sobre poder medicinal das areias monazíticas é lançado

O objetivo do projeto é verificar as aplicações medicinais que poderão gerar um impacto social nos cuidados à saúde pública.

Aline Couto

Redação Folha da Cidade
Foto: Aline Couto
Walter De Prá, autor da proposta científica (em pé) abrindo o lançamento do projeto. 

Durante a manhã desta segunda-feira (13), o Projeto Areias da Saúde do Espírito Santo, pesquisa que visa verificar benefícios das areias monazíticas e das areias normais à saúde em pessoas com osteoartrose de joelho, teve seu lançamento na cidade de Guarapari. O reitor da Universidade de Vila Velha (UVV), Heráclito Amâncio Pereira Junior e os coordenadores do projeto, a farmacêutica e doutora em ciências farmacêuticas, Denise Coutinho Edringer, o doutor em ciências farmacêuticas, Marcio Fronza e Gabriel Alfena Gamaro de Moura, médico ortopedista, professor e aluno de mestrado da universidade fizeram a composição da mesa junto a Walter De Prá, autor da proposta de pesquisa científica da radioatividade natural e das areias monazíticas de Guarapari, da secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Thereza Cristina, da secretária de Turismo, Empreendedorismo e Cultura, Letícia Regina, do presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Guarapari (Sindicig), Fernando Otávio e do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (ABIH), Gustavo Guimarães.

O projeto está sendo realizado por uma equipe de professores da UVV e a proposta é analisar durante os meses deste ano, um grupo de 150 pessoas que sofrem com osteoartrose de joelho. Esses voluntários serão levados duas vezes por semana para a praia onde permanecerão com o joelho submerso na areia por 30 minutos, tanto em Guarapari, que apresenta uma das maiores radioatividades em praia do mundo, e um estudo recente mostrou que se trata de uma radiação benéfica à saúde, quanto em Vila Velha.

Foto: Aline Couto
Da esquerda para a direita, o reitor da UVV, Heráclito Amâncio, a coordenadora do projeto, Denise Edringer, Walter De Prá, os coordenadores, Marcio Fronza e Gabriel Alfena.

Os pesquisadores farão avaliações periódicas em relação à aparência da região tratada, à dor e à rigidez descritas pelos voluntários, além de uma série de testes clínicos. Atestada a eficiência do tratamento, médicos poderão prescrever a exposição à radiação das areias monazíticas de Guarapari para aliviar os sintomas da osteoartrose.

De acordo com a coordenadora, e professora da Universidade, Denise Edringer, a motivação do projeto é provar que as areais de Espírito Santo, principalmente as monazíticas de Guarapari, tenham efeito no tratamento medicinal. “Nossa equipe de pesquisa é multidisciplinar, com 34 pessoas entre médicos, farmacêuticos, biólogos, engenheiros, jornalistas, alunos de medicina e farmácia. Nosso estudo ainda inclui o desenvolvimento de um equipamento capaz de quantificar a radioativa que cada paciente irá receber”.

“Queremos provar os efeitos benéficos das areias”, falou Márcio Fronza. O coordenador, e também professor universitário, explicou que em paralelo ao evento de hoje aconteceu à exposição dos voluntários na praia da Areia Preta para participar do estudo. “Serão feitas avaliações clínicas e bioquímicas, para acompanhar como anda o processo inflamatório dos voluntários, se as dores e a rigidez diminuíram, se a mobilidade aumentou e se melhorou o ir e vir dos pacientes O desejo é que ao final da pesquisa as areias possam ser utilizadas como tratamento indicado pelo médico, e qual o tempo de exposição necessária para tal”.

Gabriel Alfena relatou que entrou no projeto para avaliar clinicamente os pacientes que ficarão expostos nas areias. “Meu papel é descobrir se as areias vão influenciar positivamente os pacientes na visão clínica. E o que isso vai mudar de fato na qualidade de vida, na dor, nos sintomas e na mobilidade deles, estando expostos na areia. Queremos comprovar o conhecimento popular com o conhecimento científico”.

Os recursos para desenvolver a pesquisa são do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec) por meio do Movimento Capixaba para a Inovação (MCI).

Foto: Arquivo/FolhaOnline

O projeto

O projeto possui quase 10 anos de estudos é uma iniciativa do pesquisador Walter De Prá. De acordo com o pesquisador, o próprio vivenciou a cura do seu pai, Marcelino De Prá, que no ano de 1951 , quando sofria de reumatismo com fortes dores na coluna, nos quadris e nas juntas, decidiu comprar uma casa em Guarapari para se tratar e se curou.

Tempos depois, Walter resolveu pesquisar os efeitos de cura das areias e se juntou ao doutor em Geologia Médica e vice-presidente da Organização Mundial de Termalismo (que estuda os recursos naturais) Fabio Tadeu Lazzerini e ao doutor físico nuclear Marcos Tadeu Orlando, que é professor de pós-graduação da Ufes, e acolheu o projeto.

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