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Integração do Transcol em Vitória: entenda as mudanças que começam na próxima segunda

Sistema de transporte público municipal da capital deixará de existir, mas as linhas serão as mesmas

Foto: Iures Wagmaker / Folha Vitória

Os bairros da cidade de Vitória passarão a ser atendidos pelo sistema Transcol a partir da próxima segunda-feira (10). O transporte coletivo municipal da capital deixará de existir e será integrado ao sistema Transcol. Os passageiros que utilizarem os chamados 'verdinhos' também poderão pegar um ônibus do Transcol, que vai de um terminal para outro, sem pagar mais uma passagem.

Na prática, a maior mudança é com a gestão do sistema. De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana e Infraestrutura, Fábio Damasceno, todas as linhas do atual sistema municipal de Vitória não passarão por mudanças neste momento, nem mesmo na numeração.

"Na verdade, não estamos integrando com o sistema de Vitória. Estamos ampliando o Sistema Transcol para atender a população de Vitória. Com essa ampliação, implantamos linhas alimentadoras na cidade, que podem se conectar as linhas troncais. Em Cariacica e na Serra, isso acontece nos terminais. Em Vitória, vai acontecer em todos os pontos da cidade, mas vai existir uma matriz de conexão. Não é aleatório. Todos os pontos são passíveis de conexão", explicou. 

Veja como será a integração de cada linha

O usuário terá um tempo pré-determinado para realizar o segundo embarque, fazendo a conexão com as linhas troncais e vice-versa, sem precisar pagar por uma nova tarifa.

Primeiro embarque em linhas alimentadoras de Vitória:
Até 30 minutos para o segundo embarque em Vitória
Primeiro embarque nas linhas troncais ou nos terminais (roletas):
Até 1 hora para um novo embarque em Vitória
Primeiro embarque nas alimentadoras de outros municípios:
Até 1h30 para realizar o segundo embarque em Vitória

De acordo com Fábio Damasceno, por enquanto, a possibilidade de realizar a conexão entre linhas troncais e alimentadoras de Vitória será a única mudança para o usuário do transporte coletivo. Segundo ele, os ajustes serão realizados pontualmente, à medida que forem identificadas necessidades de melhoria no serviço.

"A ideia é que a pessoa não fique todo o tempo e troque de ônibus o mais rápido possível. As pessoas ainda precisam conhecer esse novo sistema. O mês de maio será de testes, pois é uma nova metodologia e que será aplicada em outras cidades depois. Precisamos aprender esse novo sistema e entender como a população vai aprender isso", disse.

Obrigatoriamente, o passageiro precisa utilizar o CartãoGV para fazer a conexão em Vitória. É a tecnologia do sistema de bilhetagem eletrônica, implantada pelo governo do Estado em 2019, que permite que o usuário realize um novo embarque sem pagar novamente a tarifa.

Além disso, o embarque em uma nova linha, utilizando a mesma passagem, deverá ser feito em pontos específicos. 

"Hoje se usa o mesmo cartão, mas se paga a mesma passagem. Se pegar dois ônibus, duas passagens. Se você está numa linha em Vitória, que são linhas mais curtas para chegar nas linhas troncais, você tem meia hora para passar seu cartão na linha troncal. As linhas alimentadoras de outras cidades, se passar o cartão nelas, vai demorar mais para chegar em Vitória. Para estas, será o tempo de 1h30. Nas linhas troncais e nos terminais, o tempo é de 1 hora", explicou.

Detalhes da mudança

O funcionamento é semelhante ao das linhas alimentadoras que operaram em outros municípios da Grande Vitória, como Vila Velha, Serra e Cariacica. A diferença é que, nessas cidades, a integração é feita dentro dos terminais. Como Vitória não tem terminal, no município será feita a integração temporal. Isso significa que o passageiro poderá desembarcar de uma linha alimentadora, em locais pré-determinados, e embarcar em uma linha troncal, sem a necessidade de pagar uma nova passagem, como ocorre hoje.

Integração

Para que seja feita a integração temporal, é necessário seguir uma série de regras. Para cada linha alimentadora, há uma lista de linhas troncais em que pode haver essa integração, e vice-versa. Por exemplo, se o usuário embarcou em um ônibus alimentador da linha 121, que passa pela avenida Dante Michelini, ele só poderá fazer a integração em uma linha troncal que passar pela mesma avenida. Por meio do aplicativo ÔnibusGV, o usuário pode conferir quais linhas estão integradas.

Tempo

Além disso, o usuário tem um tempo pré-determinado para passar de uma linha para outra. A partir do momento em que ele embarca em uma linha alimentadora de Vitória e passa o cartão na catraca, ele tem meia hora para fazer uma nova validação, em uma linha troncal. Caso ele embarque em uma linha troncal (linhas 500) e queira fazer a integração em uma alimentadora de Vitória, esse prazo é de uma hora. Já se o embarque inicial é feito em uma linha alimentadora de Vila Velha, Serra, Cariacica ou Viana (linhas 600, 700, 800 e 900), o limite para embarcar em uma linha alimentadora de Vitória é de uma hora e meia.

Cobrou duas passagens dentro do tempo

Caso haja algum problema na integração, como, por exemplo, o sistema fizer a cobrança de uma nova passagem dentro do prazo que o usuário tem para fazer a mudança de linha, a pessoa deve entrar em contato com a Ceturb-ES ou com o GVBus, que o dinheiro será restituído.

Número de linhas mudam?

O número das linhas, os itinerários e os horários dos ônibus que hoje operam o sistema municipal de Vitória não será alterado com a integração ao Transcol. 

Ônibus iguais aos do Transcol?

Com relação à identidade visual dos coletivos, a princípio, eles manterão a mesma plotagem — predominantemente na cor verde. A diferença é que a partir de segunda-feira, eles terão adesivos da Ceturb-ES e Transcol-GV, para identificar que, naquele momento, ele não presta mais um serviço municipal, mas sim um serviço metropolitano.

Nova frota

Atualmente, pouco mais de 130 ônibus operam no sistema municipal da capital. A princípio, esses veículos serão aproveitados no sistema Transcol. No entanto, essa frota será renovada ao longo deste ano e do ano que vem. Segundo o governo do Estado, a previsão é de que, até o fim de 2022, toda a frota que hoje opera o sistema municipal seja substituída por ônibus novos.

Com a integração desses pouco mais de 130 ônibus municipais, o sistema Transcol passará a contar com uma frota de cerca de 1.570 veículos. Segundo Fábio Damasceno, o governo do Estado já adquiriu cerca de 230 ônibus novos, sendo 23 articulados, que serão adicionados à frota ao longo de 2021.

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