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Sem insumo, entrega da coronavac vai afetar vacinação de mais de 2,5 mil pessoas no ES

Secretaria de Estado da Saúde recomenda que municípios façam buscas e vacinem primeiro quem está há mais tempo aguardando pela segunda dose

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Bartolomeu Martins Lima/MS

Mesmo com a chegada de dois novos lotes da vacina Coronavac enviados pelo Ministério da Saúde e recebidos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta sexta-feira (14), mais de 2,5 mil capixabas ainda ficarão sem a segunda dose do imunizante. O motivo é a falta de insumos para a vacina, que fez com que o Instituto Butantan paralisasse a produção completamente.

Pelos cálculos da Sesa, a fila de espera no Espírito Santo para a segunda aplicação era de 87.749 pessoas. O novo carregamento de 65.200 unidades, que chegou nesta sexta, somado ao lote de 20 mil doses recebido na última semana, garante a imunização para 85.200, restando 2.549 pessoas para zerar a conclusão da imunização pela vacina produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo. 

Esse quantitativo de mais de 2,5 mil pessoas, que envolve idosos dos grupos de 70 a 74 anos e 65 a 69 anos e de trabalhadores da saúde, ficará sem previsão de receber a segunda dose da Coronavac, já que a tendência é o Brasil enfrentar uma escassez dessa vacina com a demora da chegada do insumo vindo da China.

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A  falta de matéria-prima já prejudica o andamento da imunização. O Instituto Butantan anunciou em coletiva de imprensa nesta sexta que sua produção foi paralisada completamente. O motivo é que um lote de 10 mil litros do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) está barrado na China. Assim, sem a oferta desse insumo, o instituto paulista anunciou que haverá atraso nas entregas de mais vacinas ao Ministério da Saúde, inclusive com diminuição do número de doses: menos da metade das doses previstas para o mês de maio, ou seja, 5 milhões, em vez de 12 milhões.

Subsecretário de Saúde pede mais empenho do Governo Federal 

Em um vídeo divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, na manhã desta sexta-feira, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, cobra mais empenho do Governo Federal na busca por esses insumos. 

"Já temos disponível na China uma quantidade importante do insumo com milhares de litros lá aguardando. Esperamos que o governo brasileiro, através dos seus mecanismos, das relações internacionais, possa acionar também a Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan Americana da Saúde para que esse material venha para o Brasil. A grande maioria da vacina aplicada no Brasil é a Coronavac", apontou.  

Reblin disse não compreender porque mesmo com insumo disponível na China, não há iniciativa concreta do Governo Federal em agilizar o pedido de oferta ao Brasil. "Isso deve ser feito para que esse material chegue e evite que as pessoas aguardem pela segunda dose", destacou. 

O subsecretário finalizou dizendo novamente que não há prejuízos para quem ultrapassa o tempo de intervalo entre as doses. 

"Todos os especialistas, tanto da Organização Mundial da Saúde quanto do próprio Ministério da Saúde, nos informam que  esse tempo maior não trará prejuízo para a imunidade das pessoas", concluiu. O intervalo entre as doses da Coronavac recomendado é de 14 a 28 dias. 

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