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Teste da linguinha é rápido indolor e ajuda a diagnosticar a língua presa

A língua presa é uma alteração comum entre os recém-nascidos e fácil de ser identificada por meio do teste da linguinha. O exame é rápido e não causa dor

Teste da linguinha é rápido e não causa dor no bebê Foto: Divulgação/Governo

Você conhece o teste da linguinha? O procedimento é um exame realizado em recém-nascidos que possibilita diagnosticar a chamada língua presa e indicar o tratamento adequado para essa anormalidade, que pode limitar os movimentos da língua e comprometer funções como sugar, engolir, mastigar e falar. Por isso, é importante que o bebê faça o teste o mais cedo possível, preferencialmente no primeiro mês de vida.

O procedimento é realizado quando é identificado que a criança possui o frênulo (aquela pele em forma de fio debaixo da língua) fixado mais perto da ponta da língua, interferindo em movimentos como de sucção, extremamente importante para que o bebê consiga puxar o leite durante a amamentação. 

A língua presa é uma alteração comum entre os recém-nascidos e fácil de ser identificada por meio do teste da linguinha. O exame é rápido e não causa dor no bebê. Segundo o diretor-geral do Hospital Dr. Rita de Cássia, Kepler Reis Junior, até abril deste ano a unidade já atendeu a 199 bebês nascidos no hospital, e destes, oito fizeram a cirurgia de pique na língua. Ele diz que, em paralelo ao teste da linguinha, são desenvolvidas no hospital ações de incentivo ao aleitamento materno e esclarecimento sobre os benefícios dessa prática, além de orientações sobre o desenvolvimento auditivo e o da linguagem oral. 

“A adesão das famílias a esses serviços é um ponto importante para o sucesso do tratamento, e elas recebem informações sobre os malefícios das alterações do frênulo lingual e a importância de refazer o teste quando necessário. Nos casos em que há necessidade de marcar o retorno do recém-nascido para um atendimento fonoaudiológico ambulatorial, o hospital tem alcançado adesão de 95% das famílias”, diz o diretor-geral.

Mãe de um bebê nascido no hospital, Jéssica Ferreira acha importante o acompanhamento fonoaudiológico e o atendimento até a alta hospitalar dos recém-nascidos. “Fiquei muito feliz com a atenção que o meu bebê recebeu até o momento da nossa alta, sei que tudo isso irá contribuir para o seu desenvolvimento”, disse.

Já com quem falta, o hospital entra em contato para agendar uma nova data, um esforço que, segundo Kepler Reis Junior, visa a garantir a todos os bebês que nascem no hospital o acesso ao exame tão importante. Os bebês que apresentam algum risco para desenvolver alterações fonoaudiológicas são acompanhados semestralmente pela fonoaudióloga do hospital, Bárbara Maia Moreira, para um diagnóstico precoce e encaminhamentos necessários.

Entenda a língua presa e o teste da linguinha

A língua presa é causada por uma pequena parte de tecido que deveria desaparecer durante o desenvolvimento do bebê na barriga da mãe, mas permanece na parte de baixo da língua, limitando os movimentos do órgão. 

O teste da linguinha consiste em, primeiramente, de uma avaliação do frênulo da língua e, em seguida, avalia-se o bebê chorando e sendo amamentado. O diretor-geral do Hospital Estadual Dra. Rita de Cássia ressalta que é importante que o bebê faça o exame o mais cedo possível, preferencialmente no primeiro mês de vida, para que seja identificado com a maior antecedência possível se ele tem língua presa. 

De acordo com a fonoaudióloga do Hospital Estadual Dra. Rita de Cássia, Bárbara Maia Moreira, o diagnóstico feito logo nas primeiras semanas de vida evita que a criança tenha dificuldade na amamentação e perca peso, além de evitar o desmame precoce e a introdução da mamadeira desnecessariamente. 

A língua presa também pode interferir na distorção do som, levando a criança ter dificuldade em falar letras como R vibrante (como pronunciar a palavra barata) ou L, e outros sons que precisam da ponta da língua. Segundo a fonoaudióloga, a criança que não passa pelo diagnóstico e não realiza o procedimento do pique na língua também pode ter alterações vocais, devido ao esforço vocal para compensar a distorção do som. Além disso, a língua presa pode interferir no processo de mastigação, o que deixa maior quantidade de resíduos na boca.