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Após quase 8h, corpo de porteiro é retirado dos escombros

Parte da área de lazer de um condomínio de luxo desabou, durante a madrugada de terça-feira (19), na Enseada do Suá, em Vitória. A tragédia teria ocorrido por volta das 4 horas

O desabamento aconteceu na madrugada de terça-feira (19) Foto: Folha Vitória

Quase oito horas após ser localizado, o corpo do porteiro Dejair das Neves, foi retirado dos escombros pelo Corpo de Bombeiros, por volta de 1 hora desta quarta-feira (20). O incidente aconteceu na madrugada da última terça-feira (19).

Por volta das 17h30 da tarde da última terça-feira (19), o Corpo de Bombeiros localizou o corpo de Dejair através das imagens de videomonitoramento do residencial. Nelas, o porteiro caminha até a entrada principal do residencial até a estrutura cair.

De acordo com a família, Dejair trabalhava há aproximadamente dois anos no residencial, era casado e morava no bairro São Pedro. O porteiro deixa três filhos, sendo que uma está grávida. A informação da família é que o enterro de Dejair acontecerá no cemitério Cruzeiro do Sul, em Cariacica nesta quarta-feira (20).

Entenda o que aconteceu

Por volta das 3 horas de terça-feira (19), a área de lazer do Grand Parc Residencial desabou sobre o primeiro andar de garagem onde estavam aproximadamente 300 carros. No momento do desabamento, o síndico Fernando Marques, acabou se ferindo e foi levado a um hospital em Vitória. Outros três funcionários tiveram ferimentos leves. As três torres do residencial foram evacuadas.

Os moradores que não foram para casa de parentes ficaram em um hotel, próximo ao residencial. A construtora custeou cerca de 50 quartos. 
A Polícia Civil investiga o que pode ter provocado o desabamento. Uma das suspeitas é uma infiltração na piscina do condomínio. Os trabalhos para concluir a causa do desabamento podem levar mais de 90 dias.

Até o início da madrugada, a Avenida Leitão da Silva continuava com uma parte das duas faixas, que ficam em frente ao residencial, interditadas para quem segue de Jardim Camburi para o Centro de Vitória. 

Desabamento da área de lazer pode ter tido início na piscina do condomínio Foto: Everton Nunes

O laudo da Defesa Civil de Vitória, apontando as prováveis causas do desabamento da área de lazer do condomínio Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, deve ficar pronto em uma semana. A informação é do coordenador municipal da Defesa Civil, Jonathan Jantorno Rocha. 

O coordenador, no entanto, explicou que esse relatório é diferente da perícia técnica feita pelo Corpo de Bombeiros, que ficará pronto em até 90 dias e deverá apontar as reais causas do desastre.

Segundo Rocha, pelas análises feitas pela Defesa Civil municipal ao longo do dia, tudo indica que a origem do desabamento tenha sido a piscina do condomínio. Moradores chegaram a relatar uma infiltração no local, em 2013. A investigação criminal do caso está sendo conduzida pela Polícia Civil.

"A vistoria da Defesa Civil vai se concluída por meio de um auto de interdição e um laudo de vistoria. Esse laudo aponta alguns indícios que levaram ao colapso dessa estrutura. Numa análise primária, feita ao longo do dia, tudo aponta que iniciou-se num desabamento da estrutura da piscina, que entrou em colapso", ressaltou.

De acordo com o coordenador, a equipe de vistoria técnica da Defesa Civil esteve no edifício, no dia 1º de junho deste ano. O objetivo foi verificar as condições de salubridade, estabilidade e segurança das esquadrias da área externa do prédio, fundos com a rua Taciano Abaurre. Segundo a Defesa Civil, foi orientado ao condomínio que acionasse a construtora responsável pela edificação para uma avaliação minuciosa e reparos.

"A Defesa Civil foi acionada pelo condomínio para realizar uma vistoria, independente dessa área que veio a colapso. Foi uma vistoria das esquadrias de uma porta na parte externa do condomínio. Tanto que a área que foi vistoriada permaneceu intacta, não teve relação com o desastre de hoje", salientou.

Segundo Jonathan Jantorno Rocha, a princípio não há risco de desabamento nas três torres do condomínio e nas edificações vizinhas. "Estamos no local desde às 3h30 e, a partir das 8 horas, chegou ao local uma equipe de engenheiros do Crea, Defesa Civil e Copev. Foi feita uma análise primária, que constatou que não há risco iminente do desabamento das edificações. Tanto que foi liberado para os moradores subirem, de dois em dois, para retirar seus pertences, o que aconteceu durante a tarde".

Após a permissão para que os moradores pudessem retirar seus pertences, as três torres do edifício voltaram a ser interditadas. Ao todo, 166 apartamentos foram evacuados e a área do condomínio foi isolada. No entanto, os moradores poderão retornar ao imóvel durante a manhã desta quarta-feira (20).

"Amanhã [quarta-feira] pela manhã está prevista uma nova ação, onde o Corpo de Bombeiros, junto com a Defesa Civil, vai autorizar os moradores a retirar os outros pertences. Depois disso, por volta das 12 horas, a área vai ser totalmente isolada e passada para responsabilidade da construtora. A partir daí, o condomínio e construtora, como proprietários do bem particular, vão tomar suas ações", explicou.

O coordenador municipal da Defesa Civil de Vitória disse ainda que o órgão teve contato com um representante da construtora, que afirmou que a empresa vai iniciar, também nesta quinta-feira, um trabalho de investigação e perícia no local do desabamento.

Laudo da Defesa Civil

O laudo da Defesa Civil de Vitória, apontando as prováveis causas do desabamento da área de lazer do condomínio Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, deve ficar pronto em uma semana. A informação é do coordenador municipal da Defesa Civil, Jonathan Jantorno Rocha. 

O coordenador, no entanto, explicou que esse relatório é diferente da perícia técnica feita pelo Corpo de Bombeiros, que ficará pronto em até 90 dias e deverá apontar as reais causas do desastre.

Depoimento do síndico 

O síndico desceu para verificar a situação e foi surpreendido com o desabamento Foto: Reprodução

O síndico do condomínio Grand Parc Residencial descreveu o momento em que a área de lazer desabou, na manhã desta segunda-feira (19). De acordo com José Fernando Leite Marques, o porteiro ligou de madrugada e afirmou ter ouvido uns estalos próximo à piscina. Logo após a ligação, ele desceu para verificar a situação e foi surpreendido com o desabamento.

"Duas da manhã o porteiro me ligou para falar que estava estalando algumas coisas perto da piscina aquecida. Desci, cheguei lá perto da piscina e já vi o piso levantado. O estalo continuou. Quando deu um estalo mais forte, meio que uma explosão, nós corremos da piscina e ficamos próximos ao chafariz. Depois arriou toda a laje e nós descemos juntos. Fiquei um pouco preso, quebrei o fêmur, e o outro porteiro ficou do meu lado. Conseguiram me tirar e me levaram para o hospital", contou o síndico em um vídeo gravado no hospital.

Segundo a filha do síndico, ele quebrou o fêmur e o pé direito durante o desabamento. “Como ele estava na área que desabou ele se machucou muito e está com muita dor. Ele quebrou o fêmur, o pé e acredito que duas costelas e teve afundamento de crânio. Ele está bem machucado, muito inchado e com muita dor. Estamos esperando uma ambulância para fazer a transferência".

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