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Aposentado que recebeu sangue contaminado quer explicação sobre o caso

A confirmação da contaminação veio à tona após a morte de uma paciente de 54 anos, em maio deste ano, e a internação de João Balbino, em junho também deste ano

O paciente diz que está bem após a transfusão Foto: TV Vitória

Após realizar uma transfusão de sangue e receber o material contaminado, o aposentado João Balbino Souza, de 70 anos, contou que está se sentindo bem. O idoso, que mora na comunidade de Zumbi dos Palmares, em Vila Velha, é ex-lavrador e sofre de hipoplasia de medula óssea, doença que afeta as células do sangue. 

Por conta disso, o aposentado faz tratamento regular no Hospital das Clínicas (Hucam), em Vitória, onde precisa ir pelo menos uma vez ao mês para fazer a transfusão de sangue. Na última semana, a família dele foi surpreendida com a notícia de que ele recebeu sangue contaminado. 

“Nós recebemos essa informação pela imprensa. O hospital não falou nada com a gente. Ele é acompanhado no hospital, a doença é séria e ficamos sabendo disso assim, por alto”, disse Dilcilene Titp de Souza, sobrinha do idoso.

Na última ida ao hospital, o idoso fez mais uma transfusão de sangue, mas o que a família não esperava era receber a informação de que o material estava contaminado com uma bactéria. “Eu estou me sentindo bem, mas tenho que ir ao hospital para receber o sangue e plaquetas para fortalecer o corpo”, informou Balbino. 

A confirmação da contaminação veio à tona após a morte de uma paciente de 54 anos, em maio deste ano, e a internação de João Balbino, em junho também deste ano. Diante da repercussão, a superintendência do Hucam convocou uma coletiva para explicar a situação.

"[O caso] Ainda está em processo de análise. Nós ainda não temos o resultado final de qual bactéria contaminou possivelmente essa bolsa [da mulher que morreu]. Já nesse segundo caso, o paciente evoluiu de forma satisfatória. Ele continua sendo acompanhado por nossa equipe de hematologia, mas já foi para casa, já recebeu alta, e encontra-se em perfeito estado", destacou o superintendente substituto do Hucam, Márcio Martins.

Outro problema surgiu com a notícia da contaminação. As doações de sangue no Hemocentro do Estado (Hemoes) diminuíram. Para suprir a demanda, o Hemoes pediu a ajuda da população e garantiu que a coleta é segura.

"Todo doador passa por uma triagem sobre doenças infecciosas, que podem ser transmitidas durante uma transfusão, como a hepatite, HIV e sífilis. E se existe algum indício de alguma dessas doenças, essas bolsas são descartadas", frisou o superintendente do Hucam.

Enquanto isso, o aposentado disse vai continuar fazendo o tratamento no hospital, pois depende disso para ter uma vida um pouco mais tranquila. Mas ele garantiu que quer um explicação sobre o que aconteceu. “Eu queria saber como isso aconteceu”, destacou.

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