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Escola: um artigo em extinção; pelo menos como conhecemos

Acordar cedo, tomar banho, tomar café, pegar trânsito para chegar cedo na escola, essa é ou foi a realidade de todos nós em algum momento da vida, todavia, em alguns anos isso será motivo de piada

Foto: Divulgação

(*)Por Flávio Cavalcante
Descende da natureza humana o processo da negação, seja por medo do desconhecido ou motivado pelo instinto primário de sobrevivência. Dessa forma, relutamos em aceitar novos desafios e tentamos ignorar as inevitáveis alterações do que convencionamos chamar de padrão. Tal fenômeno abate-se sobre os cursos no formato à distância no Brasil devido à posição ainda emergente desta categoria.

Acordar cedo, tomar banho, tomar café, arrumar a roupa, pegar trânsito (no meu caso ônibus) para chegar cedo na escola, essa é ou foi a realidade de todos nós em algum momento da vida. Todavia, em alguns anos isso será motivo de piada.

Confira o áudio do professor Flávio Cavalcante:

Você é disciplinado suficiente para aprender sozinho

É fato que passamos por um processo de crescimento das horas de nossas crianças na sala de aula, seja tradicional (disciplinas normais) ou de cursos complementares(inglês, robótica, violão...). Esse processo é fruto, principalmente, da “necessidade” dos pais de trabalharem para atingirem um padrão de vida “desejável” delegando para o professor a informação (mas também a formação) de nossos filhos. Isso é extremamente perigoso e atrapalha em muito o trabalho docente, mas não é o foco desse texto.

Foto: Divulgação

Esse texto busca demonstrar que o crescimento da Educação à Distância (EAD) e a melhoria das tecnologias de comunicação tornará a locomoção de casa para a escola um processo desnecessário, pelo menos todos os dias da semana. Iniciaremos com disciplinas online optativas, depois desenvolverão um estudo demonstrando que as pessoas aprendem mais fora do ambiente escolar, após isso as disciplinas serão obrigatórias e, em alguns anos, nossos netos perguntarão: ”vô, o que é uma escola?” Então responderemos: “era um local que íamos para aprender”, então ouviremos: “que estranho, tão atrasado. Vocês sofriam tanto na época”.

As futuras gerações serão mais independentes, escolherão ”O quê”. “Como”, “Quando”, “Quanto” e ”Onde” estudar, e isso será uma vantagem competitiva para eles, pois após o estudo que demonstra que alunos de EAD tem “melhores resultados” cursos presenciais perderão um pouco do seu valor.

Sei da importância da convivência social para aprendizagem, mas assim como as praças perderam espaço para o Facebook, e as baladas perderam espaço para o Tinder, a sala de aula será substituída por um ambiente de Second Life a ser criado – e da segurança de seu lar, onde as crianças aprenderão.

Os puristas lutarão contra. As escolas entenderão como uma grande economia financeira. As famílias ficarão divididas, mas se adaptarão. Surgirão novas profissões como tutores online, investigadores de cyber bullying, avaliadores de autoria de trabalhos, isto é, um novo universo.

Mas aquele cheiro de giz? O arrastar das cadeiras? O frio na barriga antes do primeiro dia de aula? Essas são sensações que só nós teremos!

Confira a análise do professor Flávio Cavalcante sobre o tema:

*Flávio Cavalcante é professor, palestrante e autor de obras sobre carreira, mercado de trabalho e planejamento estratégico pessoal. 

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