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"Eu fiquei sem reação, comecei a chorar", desabafa rapaz que teve empadinhas derrubadas no Terminal de Carapina

Igor Rodrigues de Sousa Soares, de 23 anos, conversou em primeira mão com a equipe de reportagem do jornal online Folha Vitória

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória
Foto: arquivo pessoal

O vendedor ambulante Igor Rodrigues de Sousa Soares, de 23 anos, que teve suas empadinhas derrubadas por um fiscal no Terminal Carapina, na Serra, conversou em primeira mão com a equipe de reportagem do jornal online Folha Vitória na manhã desta segunda-feira (9), minutos após o ocorrido. 

O rapaz, que trabalha como ambulante há cerca de um ano, contou que estava no terminal há mais ou menos 30 minutos. Em um determinado momento, um guarda passou por ele e o alertou sobre os fiscais. 

"Eu cheguei lá e mais ou menos meia hora depois, o guarda passou por mim e avisou que iam pegar minha caixa. Minutos depois, ele chamou um dos fiscais e os dois vieram em cima de mim. Eles seguraram a caixa de um lado, eu de outro, e depois caiu tudo no chão", contou. 

Igor saiu de casa com 270 empadas para vender. No momento da confusão, ele havia vendido cerca de 20 salgados e acabou tendo um prejuízo de R$ 250 reais. 

"Eu vendo as empadas por R$ 1 real. Quando aconteceu, ainda tinha cerca de 250 na caixa e todas caíram no chão. Eu fiquei sem reação, comecei a chorar e todo mundo que estava lá foi me ajudando como podia."

Desempregado, ele faz das vendas seu sustento e ainda ajuda a mãe em casa. Ainda abalado, ele desabafou e falou sobre a felicidade de receber ajuda de quem nem mesmo conhecia. 

"O que eu tiro com as empadas, ajudo na casa da minha mãe e também me sustento. Não estava conseguindo arrumar emprego, está difícil muito difícil, então comecei a vender há um ano nos terminais da Serra e também em Vila Velha.  Na hora eu fiquei emocionado porque todo mundo começou a me ajudar. Não tenho nem palavras para agradecer."

Entenda o caso

Um vendedor ambulante teve suas empadinhas jogadas no chão por um fiscal de ônibus, no Terminal de Carapina, na Serra. A confusão aconteceu na manhã desta terça-feira (9) e revoltou os passageiros que passavam pelo local.

Um estudante, que estava a caminho da faculdade, contou que viu uma aglomeração e parou para saber o que era. Neste momento, uma das pessoas o informou que a mercadoria do rapaz havia sido derrubada de forma intencional.

"Eu estava indo pra faculdade. Quando fui passar de uma plataforma à outra, reparei uma aglomeração de cerca de 50 pessoas e um vendedor ambulante com semblante triste. Perguntei a uma pessoa do que se tratava e o mesmo disse que um fiscal havia derrubado forma intencional, as empadas do jovem ambulante", contou.

Logo após o ocorrido, várias imagens foram publicadas nas redes sociais e os internautas demonstraram muita indignação. “É meus amigos, vivi pra ver ambulantes serem tratados como lixo”, lamentou uma pessoa que testemunhou o caso.

Por meio de nota, a Ceturb-ES informou que, na manhã desta terça-feira (09), um ambulante, após ser abordado pela fiscalização, se recusou a sair. O fiscal segurou na alça da caixa que o vendedor levava e essa caiu no chão. Houve tumulto, a polícia foi acionada e todos foram para a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. A Ceturb-ES informou ainda que vai apurar se houve abuso na conduta das partes envolvidas para adotar as medidas administrativas cabíveis.

Veja a nota na íntegra: 

A Ceturb-ES informa que a comercialização de produtos dentro dos terminais ė proibida, conforme Decreto Estadual 3.549-R, de 2014, que trata do regulamento dos terminais. Além disso, a lei de licitações determina que espaços públicos sejam explorados mediante licitação. Dessa forma, a fiscalização da empresa aborda diariamente vendedores ambulantes que insistem em usar o espaço para comercialização. Na manhã desta terça-feira (09), um ambulante, após ser abordado mais uma vez pela fiscalização, se recusou a sair. O fiscal segurou na alça da caixa que o vendedor levava e essa caiu no chão. Houve tumulto e a polícia foi acionada e todos foram para a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. A Ceturb-ES vai apurar se houve abuso na conduta das partes envolvidas para adotar as medidas administrativas cabíveis.

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