Transferências caíram de 19% para 11%, avalia coordenadora de gestão
- Valéria Souza, coordenadora de gestão da Educação Básica de SP
Como evitar saídas do projeto?
O programa é pensado para atender o aluno na sua integralidade. A perspectiva é que a escola possa fazer esse aluno superar as suas dificuldades, as dificuldades da sua família e continuar querendo estudar. Pode não ser em uma escola de ensino integral. Pode ser que o próprio aluno, no seu projeto de vida, perceba que ele precisa de uma trajetória profissional para depois estudar, por exemplo. O que a equipe escolar tem de fazer é ajudar a tomar uma boa decisão na sua vida. Há muitos alunos que têm família muito vulnerável, mas continuam mantendo a dedicação no ensino integral. Importante é criar autonomia para que eles possam tomar decisões e desenvolver seu projeto de vida.
Vocês discordam da metodologia do TCE no relatório?
Não. A pesquisa representa uma amostra do programa. Depende de onde você pega essa amostra aleatória. Mas, se você pegar os dados de 2013 a 2016, nós tínhamos, no primeiro ano de implementação do programa, uma transferência de 19%. Em 2016, ela caiu para 11%. Justamente por causa dessa política mais focada, de acompanhar o aluno, de ajudá-lo a continuar na escola. Existe uma acomodação natural na rede, que existe para todo o sistema estadual: 300 mil alunos nossos, de alguma maneira, são transferidos durante o ano letivo.
O estudo aponta que o governo oferece mais recursos para as escolas em tempo integral. Como evitar a desigualdade?
O próprio relatório fala em "indícios". O que aponta é a possibilidade de professores se transferirem das escolas da região para escolas integrais. Mas não dá para isolar isso, o próprio relatório é bem cuidadoso em usar a palavra "indícios".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.