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Mãe e padrasto de menino encontrado em freezer saíram do Brasil, diz polícia

Redação Folha Vitória

São Paulo - A Polícia Civil divulgou imagens da mãe e do padrasto do menino Ezra, de 5 anos, que no último dia 4 foi encontrado morto dentro de um freezer na casa em que morava com a família de imigrantes da África do Sul. As imagens são de uma câmera de segurança do aeroporto de Guarulhos e mostram o casal, com as duas filhas menores, minutos antes de embarcar. Ainda de acordo com a polícia, eles fizeram escala em Doha, no Qatar, e depois seguiram para a Tanzânia.

As imagens da mãe Lee Ann Finck, o padrasto Mzee Shabani, e as duas meninas foram gravadas no último dia 3, um dia antes de a polícia encontrar o corpo de Ezra no apartamento da família no centro de São Paulo. Nesta sexta-feira, 11, o secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes disse que o casal é considerado foragido. "O casal é foragido, mas agora está fora do território nacional. O que a Polícia Civil deve realizar é continuar as investigações, trocar informações e, eventualmente, a partir de tratados internacionais pedir auxílio para a Interpol e a extradição dos dois para o Ministério da Justiça", disse Moraes.

De acordo com a Polícia Civil, o consulado da África do Sul indiciou um parente do menino que já fez o reconhecimento do corpo. "Nós estamos tomando todas as providências policiais e administrativas para que haja a possibilidade da liberação do corpo do menor e o enterro digno que ele merece", disse o secretário.

Vídeos obtidos pela polícia, no prédio em que a família morava, mostram ainda as últimas vezes em que o menino teria sido visto, no dia 22 de agosto. As imagens mostram Ezra entrando e saindo do prédio, em uma das imagens ele cumprimenta um vizinho. As imagens também mostram, seis dias depois, Shabani transportando um freezer para dentro de seu apartamento.

O caso

O corpo de Ezra foi encontrado pela polícia depois de uma denúncia de um primo de Shabani, que estranhou o sumiço da família e a não abertura da loja de doces da qual eram proprietários. O homem disse que ao chegar no apartamento da família sentiu um "cheiro forte" e ao entrar no local encontrou o corpo envolvido em um lençol e sacos plásticos.

A polícia informou que o Conselho Tutelar já havia recebido denúncia de maus tratos contra Ezra. Em junho de 2014, o menino foi atendido e apresentava sinais de espancamento. O menino chegou a ser retirado do convívio familiar, após uma decisão judicial, mas voltou a morar com a família em fevereiro deste ano.

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