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“As investigações não vão parar até encontrarmos os culpados”, diz delegado sobre acidente na BR 101

Segundo o chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Guilherme Daré, o depoimento do motorista do caminhão, carregado com chapas de granito, é contraditório ao das vítimas, que sobreviveram a tragédia

O chefe da Polícia Civil, delegado Guilherme Daré, cumpre agenda no sul do Espírito Santo nesta quinta-feira (14), e durante entrevista a uma rádio de Castelo, ele falou sobre as investigações do trágico acidente na BR 101, em Mimoso do Sul, ocorrido no último domingo (10), que resultou na morte de 11 pessoas e deixou outras 10 feridas.

Segundo o delegado, o depoimento prestado pelo motorista do caminhão, carregado com chapas de granito, é contrário ao depoimento das vítimas sobreviventes da tragédia. “A declaração do motorista é totalmente contraditória a declaração das outras pessoas, principalmente, as que estavam no micro-ônibus. Elas dizem que viram as chapas se soltar do caminhar e ir para cima do micro-ônibus. Não bate nem com a perícia preliminar, que diz também que de uma forma muito irresponsável aquela carga não estava presa ao caminhão da forma que deveria ser amarrada”, explica.

Ele não revelou detalhes sobre as investigações, mas garante que a Polícia Civil só vai parar quando encontrar os culpados. “Vamos investigar até a última consequência. Não vamos parar de investigar até descobrirmos quem são os culpados. Seja o motorista, o proprietário do caminhão, o proprietário da carga, seja as pessoas que foram as responsáveis. Aquela atitude foi de gente irresponsável. A Polícia Civil não vai deixar e não vai parar enquanto não descobrir o culpado. São vítimas e são famílias que perderam seus entes queridos e é obrigação nossa descobrir e apurar aquele crime até o fim”, continua Daré.

Duplicação

O delegado chefe da Polícia Civil, o Governo do Estado tem cobrado as autoridades federais as providências para que seja feita a duplicação da BR 101. “O governador Paulo Hartung tem se empenhado em cobrar providências da Eco 101, foi à Brasília e o discurso dele sempre foi nesse sentido de que a BR 101 tem que ser duplicada. Agora, infelizmente, com mais um acidente ocorrido, acredito que as autoridades do Governo Federal vão atender ou tentar cobrar a Eco 101, para que duplique toda a BR 101”, ressalta.

No entanto, ele afirma que, além da duplicação, é preciso ter uma fiscalização ao longo da BR 101. “Mesmo que tenhamos as pistas duplicadas, temos que ter uma fiscalização constante. Na investigação policial é que percebemos que o caminhão estava todo irregular, com a carga amarrada de forma inadequada. O veículo não possuía certificação do Detran para conduzir aquele tipo de carga. O motorista não tinha habilitação com certificação para conduzir aquele tipo de caminhão com a carga. Então, foi uma sucessão de erros. Precisamos também desenvolver um trabalho de investigação e fiscalização, para que possamos inibir essas práticas, que são corriqueiras no Espírito Santo”, garante Daré

Liberação dos corpos

Guilherme Daré acredita que os corpos das vítimas do trágico acidente sejam liberadas no Departamento Médico Legal (DML) dentro de prazo de 15 dias. “Devido ao fato de terem ficado carbonizados, tem que ser feito o exame de DNA, que é muito acurado, e tem que ser feito com especialistas e com muito cuidado. Não pode haver erros no reconhecimento de uma vítima, para que não haja sepultamento por família diferente. Então, por ter que usar um material adequado, enviar para o laboratório e o resultado pode demorar de 15 a 30 dias para ficar pronto. No outro trágico acidente, ocorrido em Guarapari, quando tivemos 23 mortes, conseguimos entregar com 15 dias. Esperamos entregar esses resultados também nesse prazo”, completa o delegado.

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