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Jogadores fazem homenagem a treinador assassinado em Cariacica

Os jogadores entraram em campo pela primeira vez depois da morte do treinador

Jogadores da escolinha do Rio Branco homenagearam, na manhã deste sábado (29), o treinador Igor Brun, de 21 anos, assassinado na última terça-feira (25), no bairro Itacibá, Cariacica.

Os jogadores entraram em campo pela primeira vez depois da morte do treinador. O luto e a tristeza estavam estampados nas camisas dos atletas. O incentivo para jogar não era garantir pontos para o campeonato e sim, jogar por Igor.

Um dos alunos da escolinha, Gabriel Silva, disse que nunca vai esquecer do treinador. "Era como um pai, sei que agora ele está no céu olhando a gente jogar'', conta.

Familiares estiveram presentes para acompanhar o jogo. No lugar preferido de Igor, o campo, o sentimento era de dor e tristeza. 

Para Jhonatan Santos, primo do treinador, ele era amante do futebol e amava os meninos da escolinha. Jessica Brun Santos, prima de Igor, contou que ele tinha planos de começar a faculdade de educação física este ano. ''Ele falava comigo, vou abrir a minha escolinha e não vou cobrar nada de ninguém'', explica.

Antes do apito inicial do juiz, foi realizado um minuto de silêncio para lembrar um vida inteira dedicada ao esporte. Mesmo sem treinar, o time encarou o desafio contra a Desportiva Ferroviária. Foi a hora de colocar em prática o que foi ensinado pelo treinador.

Para Arquilino Canal, coordenador da escolinha do Rio Branco, o momento é de lamentar e orar pela morte trágica e triste. ''Eu vejo tanta tristeza desde terça -feira [dia da morte de Igor] que nós tínhamos que dar continuidade aos nossos trabalhos. Ele era um garoto maravilhoso, mas infelizmente Deus levou e nós temos que continuar'', ressalta

Igor Brun treinava 46 crianças e dava aula de futebol para crianças carentes. Para quem convivia com Igor, as várias homenagens recebidas trazem conforto e refletem a vida de um jovem alegre e sempre disposto a fazer o bem. 

O crime

Testemunhas contaram que Igor passava pela rua São Jorge de bicicleta com um amigo, e em seguida, viram o jovem fugindo, mas não há informações sobre o que aconteceu. Igor foi executado com pelo menos 11 tiros. Ainda de acordo com testemunhas, os criminosos não levaram os pertences de Igor. Na carteira, havia uma grande quantia em dinheiro, que era o pagamento das mensalidades da escolinha de futebol, mas nada foi levado.

Populares disseram que Igor tem muitos parentes no bairro, e contaram que, por volta de 17 horas, o jovem disse que iria ao bairro Itacibá assistir a uma batalha de rap com dois amigos. Testemunhas disseram que Igor parou em uma padaria para tomar café, conversou com um primo, e postou em uma rede social que iria à batalha musical. Quando o evento acabou, ele chamou os amigos para tomar sorvete e disse que iria embora.

Ao lado dos amigos, ele seguia para casa, quando os dois homens, que estavam em uma moto e sem capacete, chegaram e Igor percebeu que havia alguma coisa de errado. Pensando que era um assalto, o jovem se desesperou e tentou entrar em uma casa. Igor chegou a jogar a carteira e o celular, mas os criminosos não pegaram nada, sacaram a arma e efetuaram os disparos.

Segundo moradores, Igor era bondoso, e por muitas vezes não cobrava a mensalidade da escolinha de futebol das crianças. Amigos contaram que apesar de ser apaixonado pelo esporte, Igor nunca discutia sobre futebol, e que era muito querido e tranquilo. A autoria e a motivação do crime ainda são desconhecidas. O local onde o assassinato aconteceu ficou movimentado e quem estava lá, contou que foi um momento de desespero.