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Tragédia em Viana completa um ano e familiares das vítimas esperam por justiça

No dia 11 de outubro de 2017, o engavetamento que envolveu nove veículos resultou em uma explosão

Há um ano, um grave acidente deixou quatro pessoas mortas e outras cinco feridas na BR 101, em Viana. No dia 11 de outubro de 2017, o engavetamento que envolveu nove veículos resultou em uma explosão. Das vítimas, três morreram carbonizadas e a outra durante socorro.

Uma das vítimas foi o técnico de informática Jadson Aguiar de Siqueira, 34 anos. Passados 365 dias do acidentes, o aposentado Pedro Siqueira, pai de Jadson, lembra com saudade do filho. “Era um filho exemplar, não gostava de briga e era trabalhador”, disse.

Na manhã do acidente, como em todos os dias anteriores, Jadson deixou o único filho na casa dos avós por volta das 8 horas. Cerca de três horas depois, ele voltava para almoçar, pegar a criança e levar para a escola. No entanto, a tragédia interrompeu os planos do jovem.

Naquele dia, Jadson dirigia um dos nove veículos envolvidos no engavetamento, que aconteceu em um trecho de junção da BR 101 com a BR 262, em Viana. Na ocasião, os carros estavam parados, quando uma carreta veio em alta velocidade e colidiu com os veículos. Logo depois, houve uma explosão e sete carros pegaram fogo.

Além do Jadson, outras três pessoas morreram. Entre elas, Maria de Lourdes Coutinho Novaes, 65 anos. Ela era diretora escolar e conhecida como Lurdinha. Na ocasião, ela seguia como passageira em um carro de transporte por aplicativo para uma reunião na creche em que trabalhava, no bairro Nova Bethânia, no mesmo município.

A coordenadora escolar Alessandra Passos Pereira, filha da Lurdinha, lembra que a mãe chegou a ser socorrida, mas não resistiu. “No começo, a revolta, por saber que por imprudência, uma pessoa matou tantas outras”

Com uma foto da única filha, o aposentado Mário Gomes alivia um pouco da saudade da única filha. “Eu como pai aprendi muito com ela, como filha. Eu sou esse pai porque a bondade que eu tenho aprendi muito com ela”, relatou.

O acidente ocorreu a cerca de 200 metros do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), quando acontecia uma blitz da corporação, por conta do feriado de 12 de outubro. Uma fila de carros se formava para as abordagens. Segundo a polícia, o motorista do caminhão seguia em velocidade acima da permitida e disse que não viu os veículos parados.

A suspeita dos policiais é que Wesley Montovaneli estivesse utilizando o celular no momento do acidente. O motorista, de 46 anos, chegou a ser detido e ficou preso por nove dias, mas foi solto por decisão da Justiça.

O processo segue na Primeira Vara Criminal de Viana e uma audiência de instrução e julgamento está prevista para o próximo dia 24. Entre os familiares das vítimas e os sobreviventes, a expectativa é que haja justiça. “Não sei se o tempo vai apagar, mas todos os dias a gente chora por causa disso”, contou o pai de Jadson.

Segundo a defesa do motorista, o acusado comparece mensalmente em juízo para justificar as atividades. A defesa afirma ainda que desde o primeiro momento, o motorista colaborou com a investigação da Polícia Civil e agora, na fase do processo, continua colaborando com a instrução criminal.