Toneladas de plantas aquáticas e lixo são retirados de canais em Vila Velha

Foto: Divulgação/ Prefeitura de Vila Velha

A água baixa e o lixo fica. Após os alagamentos, sobram entulhos, restos de móveis e roupas que foram levados pela enchente. Também ficam aparentes os principais causadores de todo o problema: os resíduos sólidos descartados incorretamente, que entopem bueiros e não permitem que a água escoe durante o período de chuvas. 

É o que explica o ambientalista e fundador do Projeto Pegada, Rafael Braga. "Você pode pensar que não contribui para a poluição da sua rua porque não joga lixo na rua. Mas se você não recolhe o resíduo quando o vê, também se torna responsável. Somos todos responsáveis", alerta Braga. Ele complementa que "a sacolinha de lixo que você coloca na frente de casa após o caminhão de coleta passar, invariavelmente, vai ser aberta e o lixo vai para a rua entupir o primeiro bueiro que encontrar pela frente". 

No entanto, a população está longe de ser a única culpada. "Investir em obras de bombeamento da água, minimizar riscos de alagamentos, realizar manutenção de bueiros etc. nada disso rende votos nas eleições, nem grandes festas de inauguração. Por isso muitos municípios acabam adiando estes custos", avalia o arquiteto e urbanista Greg Repsold. Ele completa: "são chuvas acima da média sim, mas os municípios podem se preparar investindo em obras de macrodrenagem". 

Macrodrenagem

Em Vila Velha, a prefeitura divulgou ações de limpeza dos canais da cidade. Foram recolhidas 28 toneladas de lixo. Além disso, só no canal Marinho, região da grande Cobilândia, foram retiradas 16 toneladas de gigogas, uma espécie de planta aquática. Até uma passarela de madeira, que foi arrastada pelas chuvas, foi retirada do canal pelas equipes de limpeza urbana do município. Foram usadas na operação duas retroescavadeiras, além de barcos e caminhões basculantes para retirada das plantas.

Em relação às obras de macrodrenagem, a prefeitura informou que elas fazem parte de projetos desenvolvidos pelo governo do Estado. Serão 11 novas estações de bombeamentos para o município de Vila Velha. No entanto, nenhuma nova estação ficou pronta a tempo de escoar a água das últimas chuvas. 

Já de acordo com o governo do Estado, as obras estão em andamento nos municípios de Vila Velha, Cariacica e Viana, e devem custar R$ 350 milhões. O objetivo é reduzir em 50% as áreas alagáveis dos municípios, com intervenções como alargamento dos canais, substituições de pontes estreitas por outras maiores, instalação de comportas e estações de bombeamento. As obras são parte da primeira etapa das obras de manejo de águas pluviais das principais bacias hidrográficas dos três municípios - Canal da Costa, Canal do Guaranhuns, Rio Aribiri, Córrego de Jardim de Aláh, Córrego do Campo Grande, que inclui o Rio Marinho.