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Baixa contaminação nas escolas baseou decisão de autorizar aulas em municípios de risco moderado

Vitor de Angelo explicou que fechar as escolas fazia parte do protocolo para os municípios nessa classificação, mas que agora não faz mais

Foto: TV Vitória

O secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, afirmou que a decisão de autorizar a realização das aulas presenciais nas escolas da educação básica nas cidades classificadas como risco moderado para o novo coronavírus foi baseada principalmente nas estatísticas de contaminação, consideradas baixas nas unidades de ensino. O anúncio sobre a autorização da retomada das aulas nesses municípios, que começa já nesta quinta-feira (26), foi feito no início da tarde desta quarta (25) pelo governador Renato Casagrande.

Vitor de Angelo explicou que fechar as escolas fazia parte do protocolo para os municípios em risco moderado, mas que agora não faz mais. "O percentual de alunos da rede pública estadual que testaram positivo — com a ressalva de que não necessariamente pegaram covid na escola — foi de 0,07%. E cerca de 2% de professores. São percentuais que indicam que a escola é um ambiente altamente perigoso e decisivo para fazer um município, por exemplo, passar do risco baixo para o moderado e, por isso, precisar ser fechado? Não", frisou.

O secretário esclareceu ainda que já tinha, antes da última sexta-feira (20) — dia em que foi anunciado que cinco municípios do Espírito Santo estavam incluídos no risco moderado para a covid-19 —, os números referentes à contaminação na comunidade escolar, mas que faltou "agenda" para explicar ao governador.

"Na verdade, a decisão de fechar, na sexta-feira passada, era coerente com a dinâmica de abertura e fechamento das cinco semanas anteriores. Mas ainda havia a pendência de uma reunião coletiva, envolvendo os sindicatos — sejam eles patronais ou de trabalhadores, da escola pública e privada —, para discutir os dados que nós levantamos a partir do monitoramento das escolas. Dados que tinham sido anunciados alguns dias antes", disse De Angelo.

O secretário ressaltou ainda que a decisão sobre a realização das aulas presenciais não vale para municípios que entrarem em risco alto para o coronavírus. "As escolas estarão abertas sempre que o município estiver em risco baixo ou moderado, pelo menos. Elas vão reabrir? Essa é uma decisão de cada gestor e de cada diretor de unidade", completou.

A Associação de Pais de Alunos do Espírito Santo (Assopaes), no entanto, discorda do retorno do ensino presencial nas escolas. "Considerando a evolução da contaminação do coronavírus e a necessidade de isolamento, para impedir que percamos o controle, nós continuamos nos posicionando pela volta das aulas presenciais somente depois da imunização", destacou a diretora jurídica da associação, Eliza Thomaz de Oliveira.

Suspensão das aulas

Na última sexta-feira o governador Renato Casagrande anunciou que as cidades de Vitória, Cariacica, Viana, Barra de São Francisco e Ecoporanga estariam, a partir de segunda-feira (23), no risco moderado para a covid-19, o que impedia a realização das aulas presenciais, nas redes pública e privada de ensino, nesses municípios. A notícia pegou de surpresa pais, professores, alunos e empresários do setor da educação.

"Nós temos em torno de 200 mil alunos. Quantos pais me perguntaram onde iriam deixar os filhos. Caso seja necessário tomar uma decisão, que a gente participe, até para não ser pego de surpresa", afirmou o presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Moacir Lellis.

No entanto, duas reuniões, realizadas na terça-feira e nesta quarta-feira, mudaram o rumo da situação. Na terça-feira, secretários de estado e representantes de sindicatos ligados à educação se reuniram durante cerca de quatro horas para debater o assunto. Na quarta, uma nova reunião, envolvendo todos os membros da Sala de Situação e o governador Renato Casagrande, sacramentou a decisão de autorizar a realização das aulas presenciais nos municípios de risco moderado.

A mudança na regra veio após muitas reclamações e um longo debate com o setor. "Não tinha, em lugar nenhum, escrito que o município com risco moderado tinha que suspender as aulas. E essa foi a fala lá [na reunião], dizendo que as nossas escolas tinham condições de receber os nossos alunos. Nós temos um protocolo e estamos cumprindo rigorosamente. O protocolo de biossegurança é muito rígido", destacou Moacir Lellis.

Com informações da jornalista Andressa Missio, da TV Vitória/Record TV

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