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Rodoviários decidem cumprir decisão da justiça e ônibus devem circular nesta terça-feira

A advogada do sindicato deve recorrer da decisão na manhã desta terça-feira para garantir o direito à paralisação.

Os rodoviários do Espírito Santo decidiram acatar a decisão da Justiça e não deflagrar a greve da categoria, anunciada nesta segunda-feira (18). Após mais uma reunião de mediação com as empresas de transporte, no Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES), o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários) resolveu manter a decisão

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários), Edson Bastos, informou que os ônibus circularão normalmente com cumprimento da determinação, mesmo com membros da categoria insatisfeitos e dizendo que a decisão fere o direito constitucional à greve.

Edson Bastos informou ainda que a advogada do sindicato deve recorrer da decisão na manhã desta terça-feira para garantir o direito à paralisação.

O presidente da GVBus, Elias Baltazar, conversou com a reportagem da TV Vitória e disse que não existe a possibilidade de aumento próximo do reivindicado pelos rodoviários. O presidente disse ainda que a greve de rodoviários neste momento seria prejudicial para o comércio da Grande Vitória.

Decisão de greve

Durante uma assembleia da categoria, realizada na tarde desta segunda-feira, em Santo Antônio, Vitória, foi decidido que apenas 30% da frota circulará durante esta terça-feira, o que prevê a lei da greve.

"A greve é por tempo indeterminado. Podemos entrar no Natal de greve. Se não tiver um reajuste, se o tribunal não puder julgar nesse momento, nós só voltamos às atividades normais depois do julgamento", afirmou Bastos em momento anterior à reunião desta noite.

No entanto, a Justiça do Trabalho determinou que 100% dos ônibus deverão circular pelas ruas da Grande Vitória até o próximo dia 26. Segundo a decisão, a partir do dia 26, caso a greve seja mantida, o Sindirodoviários deve garantir que pelo menos 90% da frota esteja em circulação durante os horários de pico - das 6 horas às 9 horas e das 17 horas às 20 horas. Nos demais horários, a frota em circulação deverá ser de 70%. Caso a decisão não seja cumprida, o Sindirodoviários estará sujeito a uma multa diária de R$ 200 mil.

Reajuste

O motivo da paralisação é o reajuste salarial da categoria. Os trabalhadores reivindicam 5% de reajuste salarial. No entanto, o TRT-ES sugeriu um reajuste de 2%, o que não foi aceito pelos rodoviários.

"[Os trabalhadores] Não aceitaram os 2% de reajuste, acharam pouco. Eles almejam um reajuste realmente com ganho real e estão mal mal repondo a inflação. Nós estamos pedindo a inflação de 5% de ganho real, aumento nos tíquetes, plano de saúde integral. A pauta é bem extensa, tem 42 itens", destacou Edson Bastos.

Segundo o presidente do Sindirodoviários, diante do impasse em relação à questão salarial, a greve foi a única solução encontrada pelos trabalhadores para tentar fazer valer seus direitos.

"Não é questão de parar por querer. É necessidade. Nós trabalhamos o ano todo esperando por esse momento. O trabalhador sai de madrugada e volta de madrugada para casa e, quando chega o mês de novembro, ele sonha com o reajuste do seu salário. Então o que ele está buscando é dentro da realidade. Ele quer o reajuste. Então onde esse trabalhador pôde bater na porta, ele bateu. O rodoviário hoje é uma categoria consciente. Então ele fez de tudo para não ir para a greve, mas não resta outra solução a não ser você buscar a greve. Não teve consenso entre a classe patronal e a profissional. A única saída que a gente tem é a greve, infelizmente", afirmou Bastos.

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