MORTE gerson camata

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Polícia diz ter evidências que crime contra Camata foi premeditado

Para o Secretário de Estado da Segurança Pública, Nylton Rodrigues, evidências já apontam que o crime foi premeditado

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória
Foto: Thaiz Blunck

Novas informações sobre o assassinato do ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata, foram divulgadas pela polícia na manhã desta quinta-feira (27). Após a conclusão do inquérito, a polícia começará a trabalhar para provar que o crime foi premeditado. 

Para o secretário de Segurança Pública, Nylton Rodrigues, evidências já apontam para a premeditação, mas ainda falta a confirmação.

O delegado Luiz Gustavo Ximenes da Silva foi quem ouviu Marcos Vinícius Moreira  Andrade, ex-assessor de Camata e acusado de cometer o crime, na tarde da última quarta-feira (26), assim que ele chegou na Delegacia. 

"Em relação ao depoimento, ele estava de forma tranquila e foi orientado pelo seu advogado para dizer que só se manifestaria em juízo. Estava calmo, não estava nervoso e tudo o que foi perguntado ele relatou. Em relação a essa dívida com o ex-governador, ele falou que só se manifestaria em juízo e em nenhum momento falou em arrependimento", afirmou o delegado. 

Crime

Em depoimento à polícia, o acusado Marcos Vinícius Moreira, de 66 anos,  afirmou que, ao ver o ex-governador caminhando pela Praia do Canto, resolveu questioná-lo sobre um dinheiro que havia sido bloqueado em sua conta. 

Foto: Divulgação / Polícia Civil

"Ele contou que viu o governador passar pelo local do crime, já que ambos frequentavam aquela região, e foi indagar sobre esse dinheiro. Ele alega que teria sido ofendido pelo Camata e em decorrência dessas ofensas, perdeu a cabeça e cometeu o crime. Até agora, os elementos que nós temos, levam a crer que o crime foi premeditado. Nós vamos produzir outras provas e, ao final das investigações, nós entendemos que isso seria um agravante sim", contou o titular da DHPP. 

Depoimento
O depoimento de Marcos Vinícius durou aproximadamente 50 minutos. De acordo com o titular da DHPP, que acompanhou algumas testemunhas, não houve discussão entre a vítima e o acusado. 

"O depoimento dele durou cerca de 50 minutos, mas as perguntas eram feitas e ele apenas dizia que falaria em juízo sobre todo o ocorrido. Eu acompanhei algumas testemunhas e, na minha opinião como delegado de polícia, eu acredito que esse crime tenha sido premeditado sim. Conforme depoimentos e relato das testemunhas, não houve discussão alguma e essa parte onde ele afirma que foi ofendido pelo ex-governador não procede. Segundo o depoimento das testemunhas, elas são firmes em dizer: não houve ofensa alguma, eles conversavam normalmente", afirmou. 

Foto: TV Vitória

O delegado Luiz Gustavo Ximenes da Silva reforçou que o acusado deu detalhes sobre o dia do crime e afirmou ter saído de casa armado para renovar a posse de arma. "Ele disse que saiu da residência dele porque a posse de arma de fogo estava vencido. Ele não tem o porte de arma de fogo, ele tem a posse da arma para ficar no interior da residência dela. Então ele disse que iria na polícia federal renovar essa posse. Ele não precisava estar com essa arma para fazer essa renovação", afirmou. 

Investigações
Sobre as investigações, o Delegado Marcus adiantou que a polícia já está atrás de imagens que possam ter flagrado o momento do crime e que novas testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias. 

Foto: TV Vitória

"O que já está sendo feito é a busca por câmeras de videomonitoramento que possam ter filmado o exato momento do crime, para que tenhamos a noção de toda a dinâmica e a oitiva de algumas testemunhas que ainda não foram ouvidas. Nós temos o conhecimento de quem são essas pessoas, elas já estão sendo intimadas para comparecer à delegacia e prestar seus depoimentos, para que assim nós possamos montar esse quebra-cabeça e finalizar o inquérito", contou o delegado. 

Acusado
Ainda de acordo com o titular da DHPP, o acusado contou que já havia denunciado o ex-governador e, por conta das denúncias, Camata teria ganho a ação, o que resultou em um bloqueio de R$ 60 mil na conta do ex-assessor. 

"Ele afirma que já havia feito uma denúncia contra o ex-governador e que devido a essa denúncia dele, o ex-governador não perdeu uma eleição e não quis mais concorrer à outras eleições. Em virtude dessas denúncias, o ex-governador teria ingressado em juízo com uma ação de danos morais contra ele, ele teria ganho essa ação e houve um bloqueio de um valor na conta do Marcos Andrade de R$ 60 mil", afirmou. 

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