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Associação diz que decisão de manter fechadas boates e casas de shows no ES é incoerente

Segundo diretor local da Abrape, o decreto do governo do Estado, publicado na terça-feira e que prevê o fechamento desses estabelecimentos ao público até 31 de dezembro, penaliza apenas um setor enquanto libera outros

Foto: Divulgação/Pexels

A associação que representa o setor de boates e casas de shows criticou a determinação do governo do Estado, que prorrogou o fechamento desses estabelecimentos ao público até 31 de dezembro no Espírito Santo. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado, na terça-feira (1º), e já está em vigor.

Para o diretor local da Associação Brasileira dos Produtores de Evento (Abrape), Pablo Pacheco, a decisão do governo estadual é incoerente, já que, segundo ele, penaliza apenas um setor enquanto libera outros.

"O setor está muito afetado e, diferente do que a gente já vê em algumas outras regiões, que já permitiram algum retorno, com todos os cuidados e protocolos, aqui no Espírito Santo a gente segue impedido de trabalhar ainda", lamentou.

Apesar da determinação do governo do Estado, ainda há estabelecimento que está desrespeitando a regra e está abrindo as portas para o público. Nas redes sociais, é possível encontrar registros de shows e festas realizadas em casas do ramo na Grande Vitória.

Sobre a realização de festas e shows de forma irregular, o diretor da Abrape diz que a associação não compactua com a prática. "Essas aglomerações que as pessoas fazem têm acontecido em diferentes locais. Isso, inclusive, é algo que nos preocupa, porque, quanto mais o governo restringe a adoção de protocolos seguros para a oferta de entretenimento, mais a população busca isso onde existe", destacou.

Pablo Pacheco ressalta ainda que, se o governo do Estado tivesse dialogado com o segmento, seria possível evitar a situação. "Quando o governo faz um anúncio de uma relevância como foi o desta semana, com o impacto que tem a proibição dos réveillons e dos shows na temporada de verão — que começa ali no pré-réveillon e vai até o carnaval —, isso impacta fortemente a cadeia de entretenimento, a cadeia de eventos e a cadeia de turismo, como um todo. Então, nós consideramos que o ideal seria o governo ter nos chamado para o diálogo, explicado a situação e discutido conosco, para que esse anúncio não nos pegasse de surpresa", afirmou.

As boates e casas de show do Espírito Santo foram proibidas de abrir para o público ainda em março, quando a pandemia do novo coronavírus começou, junto com uma série de outras atividades. Com o passar do tempo, algumas delas foram sendo liberadas, mas não houve nenhuma flexibilização para esse segmento. 

A última proibição foi até 30 de novembro. Agora, com o novo decreto, ela se estende até 31 de dezembro, o que põe por terra a expectativa do setor com as festas de natal e fim de ano. O decreto, no entanto, não proíbe atividades como cinema, espetáculos no formato drive-in, teatro, circo e feiras temáticas.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) justifica a manutenção da proibição devido ao alto risco de contaminação nesses ambientes. "Não haverá eventos. Não são permitidos shows em praça pública, shows em boates e em ambientes fechados para a realização desse tipo de atividade. Então se alguém te oferecer ou se você verificar numa rede social a compra de ingresso antecipada para esse tipo de evento, saiba que essa atividade não está permitida", ressaltou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, durante coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira (30).

Sobre a falta de diálogo apontada pelo representante da Abrape, o governo do Estado informou que está agendada para esta quinta-feira (3) uma reunião com o setor.

Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV 

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