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Restaurante Universitário corta parte do cardápio e fecha salão menor

De acordo com a Ufes, houve redução do repasse de verbas federais. Por dia, o Ru serve quase seis mil refeições

A Universidade Federal do Espírito Santo anunciou mudanças no funcionamento do Restaurante Universitário nesta quarta-feira (19). A partir da próxima semana, o restaurante não servirá mais suco e o jantar será substituído por prato único (sopa ou caldo). Além disso, o salão menor, conhecido como RUzinho, será fechado.

De acordo com a Administração Central da Universidade, as medidas são necessárias em função da redução do repasse das verbas federais para a Ufes, Os restaurantes universitários de Goiabeiras e Maruípe servem cerca de 5.800 refeições diárias. No RU de Goiabeiras, o maior deles, são servidas cerca de 3.700 refeições no almoço e 1.300 no jantar. 

Segundo o estudante Filipe Filett,  o Restaurante servia um cardápio bem variado, mas com as reduções de verba, já houve várias mudanças no cardápio. " A refeição vai ficando cada vez mais precária pra nós estudantes", observa. 

Atualmente, os estudantes cadastrados no Programa de Assistência Estudantil com renda de até um salário minimo, têm gratuidade total na refeição; já os estudantes cadastrados no programa com renda de até um salário mínimo e meio, pagam R$ 0,75 por refeição. A refeição para estudantes não cadastrados no Programa de Assistência Estudantil custa R$ 1,50.

Já Servidores docentes, servidores técnico-administrativos, pessoas não integrantes da comunidade universitária mas com vínculo temporário com a Ufes e visitantes pagam R$ 9,50 por refeição.

Além das mudanças, a Ufes ainda informou que os restaurantes universitários dos campi de Goiabeiras e Maruípe da Ufes não funcionarão na próxima sexta-feira, (21), pois a nova empresa contratada para a prestação de serviços no restaurante vai realizar treinamento dos funcionários.

Redução de custos

Ainda de acordo com a Ufes, a Administração Central vem adotando medidas para tentar adaptar os custos do RU à verba disponível. Em março, houve redução nas opções de carne e de salada. A sobremesa também foi retirada do cardápio e foi extinto o serviço de guarda-volumes. 

Segundo informações do Departamento de Gestão dos Restaurantes, a decisão de suspender o fornecimento de suco e de fechar o “RUzinho” foi tomada devido à necessidade de, mais uma vez, reduzir o valor do contrato com a empresa terceirizada, o que impactou na redução no número de funcionários.

O valor do contrato vigente, que era de R$ 387,8 mil/mês, foi reduzido para R$ 283,5 mil/mês, o que significa um corte de 27%. Deste modo, o número de funcionários que já havia sido de reduzido de 117 para 109, em março deste ano, foi reduzido para 78.

O serviço é realizado por funcionários terceirizados pois, desde 1998, não é mais permitido à administração pública realizar concurso para cargos como auxiliar de cozinha, copeiro e cozinheiro, entre outros, que foram extintos pela lei 9.632/98. Designar um servidor para desenvolver atividades não relacionadas ao cargo para o qual foi admitido mediante concurso público caracteriza desvio de função, o que é ilegal.

O Departamento de Gestão dos Restaurantes destaca ainda que a opção de servir sopa ou caldo não acarretará prejuízo no valor nutricional da alimentação ofertada.

Reajuste no preço

Em junho, uma comissão do Conselho Universitário apresentou um relatório com seis propostas de aumento para o valor cobrado dos estudantes pela refeição no Restaurante Universitário. Dentro das propostas apresentadas, o valor da refeição pode ir de R$ 1,50 para R$ 2,00 (valor mínimo sugerido) ou até R$ 4,50 (valor máximo sugerido).

A comissão apontou ainda que o custo total de cada refeição é, em média, de R$ 9,50. A diferença entre o valor pago pelo estudante e o custo da refeição é subsidiado pela Universidade.

Este relatório está sendo analisado pela Reitoria, que vai encaminhá-lo para aprovação no Conselho Universitário. A expectativa é que o novo valor seja definido até agosto.
A Administração Central da Ufes destaca que o valor de R$ 1,50 cobrado dos estudantes é o mesmo há mais de 20 anos. Diante da defasagem e da redução no repasse de verbas por parte do Governo Federal, o reajuste se faz necessário.
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