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Venda do Saldanha da Gama fracassa pela segunda vez

Proposta da Prefeitura é que o local vire um museu. O recurso da venda deve ser destinado na restauração do Mercado Capixaba

Na segunda tentativa de venda do Clube Saldanha da Gama, nenhuma empresa compareceu ao certame, que estava agendo para a última terça-feira (15), na Prefeitura de Vitória. Como nenhuma empresa apareceu, a licitação do edifício histórico foi considerada deserta. 

De acordo com a secretária de Desenvolvimento da Cidade, Lenise Loureiro, o município vai reavaliar o valor de R$ 5 milhões, definido pela Comissão Permanente de Avaliação (Copea) da Secretaria Municipal de Obras e Habitação (Semohab).

A proposta é que o clube vire um museu - 70% do espaço -, com atividades de suporte, como cafés e livrarias. O recurso proveniente dessa venda será usado na restauração do Mercado da Capixaba.

“O Serviço Social do Comércio do Espírito Santo (Sesc-ES) já se posicionou, por ofício, que tem interesse na compra do Saldanha, no valor de R$ 3,5 milhões. Esse montante está dentro dos orçamentos obtidos por avaliadores do Sesc-ES. Agora confrontaremos os orçamentos para estudar soluções que viabilizem a utilização da edificação como museu”, disse Lenise.

História

O Forte São João foi edificado no período colonial para proteger a cidade dos invasores. A fortaleza teve um papel imprescindível na defesa da Capitania do Espírito Santo, principalmente a partir de 1592, quando o navegador inglês Candish, temido em todo mundo, ameaçava invadir a ilha. Com sua importância nas batalhas, tornou-se testemunho de resistência do povo capixaba, que venceu por duas vezes os holandeses.

Em 1767, a edificação ganhou peças de artilharia e enormes paredes de pedra que transformaram o Forte em uma figura imponente de defesa territorial. O Clube de Regatas Saldanha da Gama comprou a antiga edificação do Forte São João, em 1931. Apesar da prática de esportes ser a sua principal atividade, o Saldanha, a partir da década de 20, passou a investir em festas, concursos e eventos que animavam a elite capixaba.

Sempre contando com a influência de seus associados, passou por muitos reparos e reformas até 1984, quando se tornou um imóvel tombado pelo município. A partir daí, nenhuma obra que descaracterizasse a arquitetura original foi realizada. A muralha do clube é tombada em nível estadual e considerada de interesse de preservação.

Com informações da Prefeitura de Vitória

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