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CFCs terão obrigação de passar por programa para modelar sistema de gestão, garante diretor do Detran|ES

De acordo com o diretor Romeu Sheibe, o programa 'Qualidade Total' será desenvolvido por meio de uma parceria entre Detran|ES e Sebrae, e não terá custos aos CFCs

O segundo dia do II Seminário de Trânsito e Cidadania, do Detran|ES, ocorrido na manhã desta terça-feira (19), no Centro de Convenções de Vitória (CCV), teve como tema "Formação do condutor". Foram promovidas discussões sobre os Centros de Formação de Condutores (CFCs) como agentes transformadores no trânsito e sobre alterações na Resolução N.º 168, de 2004, que estabelece as normas e os procedimentos para formação de condutores, realização dos exames, expedição de documentos de habilitação e cursos de formação, especializados e de reciclagem.

De acordo com o diretor do Detran|ES, Romeu Sheibe, para prestar o melhor serviço na formação de condutores, os CFCs precisam se encarar como empresários do ramo. "Estamos buscando, junto ao Sebrae, a implantação de um projeto 'Qualidade Total', após um diagnóstico que vai ser realizado no segmento possibilitando a modelagem do sistema de gestão para esse segmento", fala Sheibe.

"O sistema CFC é uma categoria que nasceu de empresas familiares em uma prática que nasceu de pai para filho e muitas pessoas desse segmento não se enxergam como empresa. Com isso, fica muito complicado fazer gestão. Pudemos observar aqui no seminário o quanto de inovação que está vindo em um curto espaço de tempo para podermos aplicar. E para essa aplicação, precisamos garantir que todos os CFCs trabalhem da mesma forma. Portanto, estamos já adiantando isso a partir do diagnóstico que o Sebrae vai realizar para o programa. Esse programa não terá nenhum custo para os CFCs e será obrigatório para nossos credenciados", garante Romeu.

Mudanças na Resolução N.º 168/04

No Brasil, o formação de condutores foi feito em 2004 e, segundo o painelista vice-presidente do Sindicato das Auto Moto Escolas e Centro de Formação de Condutores de Estado de São Paulo, Magnelson Carlos, todo o sistema de trânsito mudou e por esse motivo existe a necessidade de uma reformulação na Resolução N.º 168/04.

"O que se propõe agora é uma mudança radical nesse processo, mudando a matriz pedagógica, melhorar a formação desse condutor e alteras sobre vários aspectos essa formação. Um destaque muito grande em relação a isso é a questão do veículo de duas rodas, a motocicleta. Vai se exigir agora que esse condutor, para se habilitar nessa categoria, terá que ter o curso tanto no circuito fechado quanto na via pública. E o exame também terá que ser feito na via pública. Dessa maneira, nós trazemos um modelo de países como Espanha e Portugal, que avançaram na diminuição da mortalidade no acidente de trânsito com esse veículo, que hoje é um grande fenômeno. Então, o que se busca é melhorar e aprimorar a formação desse condutor", comenta Magnelson.

Violência no trânsito

Para painelista especialista em segurança, educação para o trânsito e formação de condutores, Roberta Torres, a violência no trânsito é um problema de saúde pública. "O problema da violência no trânsito é um sim um problema de saúde pública. A gente têm perdido muitas pessoas. Quando falamos em números, é interessante, porque trabalhamos com dados estatísticos, mas cada dado desse, cada número, é uma pessoa. É uma pessoa que tem uma família, que tem um pai, uma mãe, um filho... Então é um problema seríssimo que precisa ser tratado com muito cuidado, carinho e seriedade por todos os órgãos e instituições envolvidas com o trânsito", afirma Roberta.

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