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Com proximidade do verão, Vigilância Sanitária faz alerta sobre produtos de emagrecimento

Para alertar a população e os comerciantes sobre isso, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Vitória, por meio da Vigilância Sanitária, vai intensificar as ações de orientação

Com a proximidade do verão, há uma grande preocupação em estar em forma, e muitas pessoas saem em busca de produtos "milagrosos" para o emagrecimento. Porém, o que elas não sabem é que o consumo de alguns deles traz riscos à saúde.

Para alertar a população e os comerciantes sobre isso, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Vitória, por meio da Vigilância Sanitária, vai intensificar as ações de orientação.

Nesta terça (24), acontece uma reunião com a Associação dos Comerciantes da Vila Rubim, na qual serão repassadas orientações sobre o risco do consumo das amêndoas de Noz da Índia (Aleurites moluccanus) e do Chapéu de Napoleão (Thevetia peruana), devido ao alto grau de toxicidade. Também será feito um cronograma de visitas para orientação e monitoramento dos comércios da região.

"Não é porque é natural que o produto pode ser consumido. Existem plantas que apresentam toxicidade e têm contraindicações de uso. Nesses casos, a perda de peso não é real, e sim devido à perda de água e eletrólitos. A saúde pode ser gravemente afetada", afirmou o gerente em exercício da Vigilância Sanitária de Vitória, James Costa Meneses.

Venda proibida

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, por meio da nota técnica nº 001/2016/CIVITOX/CVA/SGVS/SES/MS, que são proibidas, em todo território nacional, a fabricação, a comercialização, a distribuição e a importação de Noz da Índia e do Chapéu de Napoleão como insumos em medicamentos e alimentos e quaisquer formas de apresentação.

O órgão tomou como base para a sua decisão as evidências de toxicidade e a ocorrência de três casos de óbitos no Brasil associados ao consumo de Noz da Índia. Em Vitória, ocorreu um óbito no mês de janeiro de 2017.

Casos

A Vigilância Sanitária de Vitória solicita que, em casos de intoxicação, os moradores devem buscar o Centro de Atendimento Toxicológico (Toxcen) pelos telefones (27) 3636-7503/3636-7575 ou 0800-283 9904, cujo atendimento é 24 horas.

Sobre a Noz da Índia e Chapéu de Napoleão

A noz Chapéu de Napoleão ou jorro-jorro ou Thevetia peruviana se assemelha àquela da planta Noz da Índia, que também é conhecida como Nogueira de Iguape, Nogueira, Nogueira da Índia, Castanha Purgativa, Nogueira-de-Bancul, Cróton das Moluscas, Nogueira Americana, Nogueira Brasileira, Nogueira da Praia, Nogueira do Litoral, Noz Candeia, Noz das Moluscas e Pinhão das Moluscas.

O uso dessas nozes vem sendo divulgado na internet para emagrecimento por suas propriedades laxativas, mas existem diversas referências que citam sua toxicidade, principalmente das sementes não processadas, as quais contêm saponinas (toxalbumina) e forbol.

A dose tóxica é geralmente superior a três nozes, mas a sintomatologia tóxica já pode ser observada após a ingestão de apenas uma semente, porém isso vai depender de pessoa para pessoa, levando em consideração idade, peso e comorbidades.

Os sintomas ocorrem 20-40 minutos após a ingestão. São eles: náuseas, vômitos, cólicas abdominais violentas, tenesmo e diarreia, evoluindo para sede intensa, secura nas mucosas, letargia e desorientação. Nos casos mais graves: desidratação acentuada, dilatação das pupilas (midríase), taquicardia, taquipnéia, respiração irregular, cianose e aumento da temperatura corporal (hipertermia).

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