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'Não foi acidente, foi uma tragédia', afirma esposa de vítima de atropelamento em Itaparica

Alesson morreu após ser atropelado na noite do feriado de 15 de novembro

O motorista responsável pelo atropelamento do comerciante Alesson Ramos Ferreira, 27 anos, se apresentou à Delegacia de Delitos de Trânsito nessa segunda-feira (20) e foi liberado. Indignados, familiares da vítima choram a dor da perda e pedem por justiça.

Com uma foto do marido estampada na camisa, a vendedora Jéssika Rocha dos Santos, 24 anos, faz um desabafo. Ela conta que eles viviam juntos há 13 anos e tinham uma filha de 2 anos de idade. "Ninguém sabe a minha dor. Não estou comendo, os pais dele também não estão. Era um filho muito amado. Minha intenção era ficar com ele para sempre", disse.

Jéssika não consegue acreditar no que aconteceu. Para ela, o fato não pode ser considerado como um acidente. "Foi uma tragédia. Ele foi atravessar e em nenhum momento esse motorista teve intenção de parar. Tinha um posto de guarda na praça. Bastava pedir ajuda. Não foi acidente, foi um racha", acredita.

Alesson morreu atropelado em uma avenida de Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha, na noite da última quarta-feira (15). Ele estava em uma lanchonete com a esposa e a filha, quando foi chamado por amigos para ir até um bar. O comerciante deixou as duas na lanchonete e foi caminhando.

Segundo a família, ele atravessava a avenida em uma faixa de pedestres, quando foi atingido por um carro. Alesson foi arremessado por uma distância de aproximadamente de 50 metros. O motorista fugiu sem prestar socorro.

Imagens registradas por câmeras de segurança mostraram o momento em que dois veículos passam lado a lado pelo local. No vídeo, é possível observar que o boné da vítima foi lançado para o alto. Logo em seguida, diversas pessoas se aproximaram do local.

A esposa da vítima também correu para ver o que havia acontecido e conta que ficou indignada pela falta do socorro. "Estava disputando racha e eu vou provar isso. No vídeo é fato que passam dois carros colados. Não dá nem pra ver a placa e o advogado vem falar que estava em velocidade permitida na via?", questiona Jessika.

O motorista não quis ser identificado, mas o advogado Siderson Vitorino conversou com a reportagem e afirma que diversos fatores podem ter contribuído para o acidente. "Levamos em consideração que estava com o farol acesso e que o corpo estava a 80 metros da faixa de pedestres", alegou.

A Polícia Civil informou que o caso está sob investigação da Delegacia de Delitos de Trânsito e que diligências estão sendo realizadas. No momento, não será passada nenhuma informação para não atrapalhar a apuração do fato. Nesta terça-feira (21), será realizada uma celebração em homenagem à Alesson.

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