Cleiton Santana dos Santos e a enfermeira Íris Rocha
Cleiton Santana dos Santos e Íris Rocha. Foto: Acervo da família

A Justiça condenou Cleilton Santana a 37 anos de prisão pelo assassinato da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, que estava grávida de oito meses. A condenação foi proferida na noite desta segunda-feira (01), no Fórum de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo, e o Ministério Público Estadual (MPES) recorreu da decisão, pedindo aumento de pena.

Cleilton, que era namorado de Íris Rocha e pai da filha que ela esperava, foi condenado por todos os crimes dos quais era acusado: homicídio qualificado, feminicídio, aborto sem consentimento da gestante, ocultação de cadáver e concurso material.

A decisão determina que ele cumpra a pena em regime incialmente fechado.

O MPES apresentou apelação em plenário por não concordar com a dosimetria da pena. O réu poderia pegar até 43 anos de prisão, mas foi condenado a 37.

A decisão da Justiça definiu pena máxima de 30 anos pelo crime de homicídio, com agravantes: mais cinco anos pelo crime de aborto sem consentimento (pena máxima é de 10 anos) e dois anos pelo crime de ocultação de cadáver (pena máxima é de 3 anos).

Réu confessou o crime no julgamento

Durante o julgamento, o réu confessou o crime pela primeira vez. A repórter Ana Carolini Mota, da TV Vitória/Record, acompanhou o júri e destacou que as investigações já apontavam que Cleilton havia matado Íris.

Um exame de microcomparação balística comprovou que a arma encontrada na casa do acusado foi a mesma usada no crime. A arma era registrada no nome dele com registro de Colecionador, Atirador ou Caçador (CAC).

Mas mesmo diante das provas, Cleilton continuava negando a autoria do assassinato, mas acabou confessando durante o julgamento.

Entenda o caso

Íris foi encontrada morta em 11 de janeiro de 2024, às margens de uma estrada na localidade de Carolina, em Alfredo Chaves.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Cleilton teria atraído a vítima para uma área de mata e efetuado quatro disparos de arma de fogo, sendo um no braço, dois na axila e um na cabeça.

A investigação aponta que, após o crime, ele jogou o corpo em um terreno e despejou cal desidratado para acelerar a decomposição e dificultar a localização.

Cleilton foi preso em 18 de janeiro, quando passava com um advogado pelo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-262, em Viana.

Acusado desconfiava que filha não era dele

Quando foi assassinada, Íris estava grávida de oito meses de uma menina que já tinha nome: Rebeca. A criança não sobreviveu. As investigações mostraram que Cleilton era ciumento e possessivo, e desconfiava que a criança não era filha dele.

Exames de DNA feitos após o assassinato confirmaram que Cleilton era o pai da bebê que Íris esperava, ponto que, segundo a Polícia Civil, motivou o crime, já que o acusado duvidava da paternidade.

Enzo Bicalho, estagiário do Folha Vitória
Enzo Bicalho Assis

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Foi estagiário do Folha Vitória entre novembro de 2024 e outubro de 2025 e é repórter desde novembro de 2025.

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Foi estagiário do Folha Vitória entre novembro de 2024 e outubro de 2025 e é repórter desde novembro de 2025.