Polícia

Médico acusado de abusos sexuais contra mais de 30 pacientes se entrega à polícia

Para o Ministério Público, havia o risco de Augusto César Barreto Filho fazer novas vítimas, já que seu registro profissional continuava ativo.

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Google Street View

O cardiologista Augusto César Barretto Filho, de 74 anos, se entregou à polícia na tarde desta sexta-feira (18), e teve o registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Ele é acusado de abusar sexualmente de mais de 30 pacientes em seu consultório em Presidente Prudente (SP).

Barreto Filho foi nesta sexta à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) acompanhado de um advogado. Após se apresentar, ele passou por exame de corpo de delito para, na sequência, ser encaminhado ao sistema prisional de Lavínia (SP), na região de Araçatuba.

O médico teve a prisão decretada nesta quinta-feira, 17, pela Justiça, que acatou o pedido do Ministério Público. Para o promotor Felipe Teixeira Antunes, havia o risco de o suspeito fazer novas vítimas, já que seu registro profissional continuava ativo.

Augusto Barretto Filho responde pelo crime de violação sexual mediante fraude, cuja pena com os agravantes pode passar de 6 anos de reclusão. Ele alega ser inocente. Além das denúncias já formalizadas na polícia, a delegada Adriana Pavarina diz que muitas mulheres também ligaram para relatar abusos que sofreram no consultório do médico. Segundo relatos, ele assediava as pacientes havia mais de 20 anos.

O modo de agir do cardiologista seguia um padrão, conforme contaram as mulheres em depoimento. "Na hora de medir a pressão arterial ou as batidas do coração, ele acariciava as partes íntimas das pacientes e encostava seus órgãos genitais nelas", explicou a delegada. O médico chegou a ser denunciado em 2008, mas não foi condenado. Em julho do ano passado voltou a agir e, a partir desta nova denúncia, outras vítimas começaram a surgir.

Registro

No ano passado, o cardiologista pediu o cancelamento de seu registro no Cremesp. A solicitação acabou negada porque ele respondia à sindicância interna e, segundo o órgão, se fosse afastado não teria como ser punido. Nesta sexta-feira, o Cremesp informou que o registro profissional de Barretto Filho foi suspenso, "diante do volume de casos denunciados envolvendo o cardiologista e dado o seu potencial de lesividade social". A suspensão é válida por seis meses e pode ser renovada por mais seis meses.

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