Família diz que policial acusado de matar namorada gostava de exibir arma

Após uma semana da morte de Ana Clara Felix Cabral, de 19 anos, a família da jovem afirma não ter dúvidas de que o autor do crime é o namorado dela, o soldado da Polícia Militar Itamar Rocha Lourenço Junior, de 25 anos. 

“Eu não tenho nenhuma dúvida de que ele é o assassino da minha filha. Para a família, que o conheceu antes e depois do ocorrido não há nenhuma dúvida, pela atitude dele, pela forma como tudo aconteceu e pelo que nós ficamos sabendo depois através de amigos”, afirmou o engenheiro Elson Cabral, pai da vítima.

Segundo o tio de Ana Clara, o vendedor Adriano Veiga Cabral, em nenhum momento parentes do soldado procuraram a família da jovem. “Ele gostava muito de beber. Ingeria muita bebida alcoólica e isso de certa forma potencializava a euforia dele. O que eu pude perceber era que ele tinha uma vaidade muito grande em ser um ‘cara da lei’. Ele frisava isso, de que ele era um policial, e as vezes até mostrava a arma”, destacou. 

Nas fotos era possível ver o jeito sorridente da jovem. Alegria que segundo o pai, gostava muito de compartilhar em redes sociais. “A Ana Clara queria viver. Tudo que fosse festivo, alegre e tivesse muitas pessoas ela gostava. Se fosse para ficar em casa para alguma coisa mais recatada ela não queria. Ela queria sair, pois sempre gostou de se mostrar e conhecer pessoas”, disse.

Dia do crime 

Ana Clara esteve com a família pela última vez no último dia 4. Eles se reuniram na casa de um parente, em Alto Lage, em Cariacica. Por volta das 23 horas, o soldado Itamar a buscou. Eles foram vistos por amigos em uma festa em um quiosque, na Orla de Camburi. Na manhã do dia seguinte começou o desespero da família.

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O soldado procurou a polícia dizendo que ele e Ana Clara teriam sido vítimas de assalto. Os criminosos teriam levado o carro, a arma dele e sequestrado a jovem. Horas depois o veiculo do soldado foi encontrado com marcas de tiros. 

Durante a noite o corpo da jovem foi encontrado nas proximidades da Rodovia do Contorno, na Serra. Notícia que tirou o chão da família. “Durante o dia eu já senti aquela coisa de pai e comecei a perceber que algo de ruim tinha acontecido. É algo desesperador”, disse o pai.

O namoro de Ana Clara e Itamar durou quase dois anos e, por algumas vezes, o soldado demonstrava comportamento estranho, destacou a família da menina. Elson sabia que Itamar era muito ciumento, mas só ficou sabendo de brigas e ameaças contra a filha após a morte da jovem. A família está inconformada.