Polícia

Após se entregar, homem confessa que esfaqueou ex-companheira em Cariacica

Durante o depoimento, o acusado disse estar fora de si no momento do crime

Foto: Reprodução

Um assassinato com requintes de crueldade e que surpreendeu até mesmo a delegada responsável pelo caso. Após Rodrigo Pires Rosa, de 25 anos, se entregar à polícia, e ser preso pela morte de Luana Demonier, também de 25 anos, ele confessou o crime. Ao todo foram 19 perfurações no corpo da vítima.

O crime aconteceu na noite da última terça-feira (9) no bairro Vila Capixaba, em Cariacica, e foi registrado pelas câmeras de videomonitoramento da rua. De acordo com a delegada Rafaella Aguiar, o assassinato chocou até mesmo a delegacia por tamanha brutalidade.

"Dos últimos crimes que nós apuramos, quando ao acesso àquelas imagens, foi um dos mais cruéis que a delegacia teve acesso foram tantas facadas e a forma que ele fez, você vendo a vítima tentando lutar pela vida dela, que é algo que nos choca", disse.

Rodrigo estava com uma faca na cintura e de maneira totalmente fria vira para a vítima e começa a desferir os golpes, ao todo são 19 facadas. "Quando ela estava na rua da casa dela, ele sacou um facão que estava na lateral do corpo dele que estava envolto em um papel para não machucá-lo, deliberadamente começou a esfaqueá-la sem parar", contou a delegada.

Durante o depoimento de confissão do crime, o acusado disse estar fora de si, mas o argumento não convenceu os policiais. Ele vai responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima, e feminicídio. No total, a pena pode chegar a 30 anos de prisão.

"Quando chegou na delegacia a gente foi fazer um interrogatório, ele já tinha se apresentado falando que estava com um mandado de prisão em aberto mas a todo momento ele falava que quem tinha matado a vítima teria sido uma pessoa de alcunha Coringa e que não era ele", explicou.

Ainda de acordo com a delegada Rafaella, após conversas, Rodrigo decidiu confessar o crime, mas sobre o momento exato da facada o acusado dizia que não lembrava do acontecimento e que estaria fora de si.

Com várias passagens pela Justiça, Rodrigo é alvo de investigações da Polícia Civil, desde 2015, por violência contra mulheres. São oito inquéritos em que Rodrigo é alvo na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, cinco mulheres já registraram denúncia contra Rodrigo. Inclusive, o suspeito chegou a ser preso em flagrante por ameaça, no mês de julho do ano passado, mas ficou detido por menos de dois meses.

O delegado geral da Polícia Civil, Darcy Arruda, o acusado tinha mandados de prisão em aberto, mas estava solto pois não havia sido localizado. A polícia afirma que ele não possui endereço fixo e vivia como um andarilho.

"A polícia civil tem quatro tentativas de tentar prendê-lo, montamos operações para isso, em todas as nossas operações ele era alvo, mas infelizmente por estar em estado de andarilho e isso impossibilitou nós localizarmos o seu paradeiro", contou.

Foto: Reprodução

Uma mulher que preferiu não se identificar, disse que conhecia Luana, e que no momento do crime chegou a ouvir os gritos da vítima e disse que se espantou com tamanha brutalidade. "Pelas facadas parecia que a ira dele era maior do que qualquer coisa", relembrou.

A equipe de jornalismo da TV Vitória, teve acesso ao depoimento em que Luana relata as ameaças que recebia de Rodrigo, com quem teve um relacionamento durante pouco mais de dois anos.

O ex-companheiro não teria aceitado o fim do namoro e ainda chegou a ameaçar Luana de morte. No depoimento a vítima disse que o relacionamento teve fim porque Rodrigo não ajudava nas despesas da casa e ficava em bares durante horas.

* Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV.

Pontos moeda