Polícia

MP vai recorrer da decisão que determinou liberdade de jovem acusado de matar a ex-namorada em VV

De acordo com o procurador de Justiça, Sócrates de Souza, a decisão da juíza Paula Cheim Couto não foi coerente, já que nada no processo sofreu alterações

O vazamento de fotos íntimas na internet pode ter sido o motivo do fim de relacionamento  Foto: Divulgação

O Ministério Público do Espírito Santo vai recorrer da decisão da Justiça que determinou a liberação do jovem Christian Cunha, acusado de matar a ex-namorada Bárbara Richardelle, de 18 anos, a golpes de escavadeira em um canteiro de obras de Vila Velha.

De acordo com o procurador de Justiça, Sócrates de Souza, a decisão da juíza Paula Cheim Couto não foi coerente. “Nós entendemos que se há poucos dias a juíza acolheu a representação do Ministério Público que decretou a prisão preventiva com todos aqueles predicados e qualidades do jovem, não parece coerente que agora ela conceda a liberdade ao criminoso, sem que nada no processo tenha sofrido alteração significativa para colocá-lo em liberdade”, explica.

Ainda segundo o procurador, no entendimento do Ministério Público, a prisão de Christian é necessária. “A prisão dele é necessária por diversas razões. Primeiro para prevenir o crime, segundo para reprimir o crime e, em último momento, para proteger a própria pessoa do infrator. O pai do jovem já disse que vai retirar o filho daqui temendo pela vida dele, ou seja, tudo o que está na lei e que representa ou facilita a decretação da prisão de uma pessoa, está presente neste caso. A vida dele precisa ser preservada, senão pode acontecer o justiçamento da população”, afirma.

O procurador esclarece que o Ministério Público considerou a decisão de soltar o rapaz como não aplicável. “Neste caso específico existe uma particularidade. Logo após expedir o alvará de soltura, a juíza encaminhou os autos à defesa, quando o normal é encaminhar ao Ministério Público, para que pudesse adotar as medidas cabíveis, já que foi o MP que requereu a prisão preventiva do jovem. O MP irá recorrer, no sentido escrito, dessa decisão, que não é aplicável”, disse. 

Entenda o caso

O jovem Christian Cunha, de 19 anos, deixou a prisão no início da noite da última terça-feira (27) após ficar quase dois meses na cadeia. Ele é acusado de matar a ex-namorada Bárbara Richardele, de 18 anos, em um canteiro de obras na Praia da Costa, em Vila Velha. Para cometer o crime, ele utilizou uma escavadeira. 

A Secretaria de Justiça do Estado (Sejus) confirmou a soltura do acusado, mas não informou os motivos da liberação do suspeito. Ele estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Vila Velha e foi liberado após uma decisão judicial. 

Segundo a polícia, Christian e Bárbara namoraram durante um ano e dois meses e terminaram 10 dias antes do carnaval. O motivo seria o vazamento de fotos sensuais que a jovem mandou para o então namorado no início do ano passado.

De acordo com a polícia, toda vez que o casal se encontrava acabava discutindo por causa da desconfiança que Bárbara tinha no rapaz. O crime aconteceu na obra onde Cristian trabalhava, na Praia da Costa, em Vila Velha. 

Ainda segundo a polícia, Bárbara foi até a obra para conversar sobre as fotos sensuais que vazaram na internet. Os dois discutiram. Chorando, a jovem disse que ia embora, pois o atual namorado a esperava. Quando ela virou de costas, o suspeito a teria agarrado pelo pescoço e a estrangulado. Bárbara teria ficado caída no chão e ele pensando no que fazer.

As investigações apontaram que Cristian resolveu ir ao outro lado da rua comprar um churrasquinho e um refrigerante, que comeu ao lado do corpo. Por volta das 2 horas, a vítima deu alguns gemidos e se mexeu. Cristian pegou a escavadeira e deu vários golpes no rosto dela. Depois pegou o carro do pai, colocou um papelão no banco de trás, colocou o corpo e o levou até a Rodovia Darly Santos, também em Vila Velha. 

Juíza: jovem foi solto por ser réu primário

A decisão foi da juíza Paula Cheim Couto, divulgada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Mesmo tendo admitido ter cometido o crime, Christian teve o pedido de Habeas Corpus aceito. A juíza salientou que o acusado é réu primário, sem antecedentes criminais e com residência fixa.

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