Polícia

Justiça manda prender acusados de assassinar cabeleireira em Vitória

Segundo a polícia, Darliane Pedrosa da Silva, considerada pela vítima como amiga, mandou matar Maria Lucas Moura porque queria ficar com o dinheiro da cabeleireira

Darliane negou que tenha mandado matar Maria Lucas Foto: TV Vitória

A Justiça expediu, no início da noite desta quinta-feira (28), o mandado de prisão contra quatro acusados de participarem do assassinato da cabeleireira Maria Lucas Moura, de 45 anos, morta a tiros na manhã da última terça-feira (26), em Jucutuquara, Vitória. Foram presos Darliane Pedrosa da Silva, de 24 anos, acusada de ser a mandante do crime; o taxista Pedro Paulo Rodrigues, que teria intermediado o crime; Thiago Andrade Dimas, apontado como o executor; e um cabeleireiro, acusado de esconder a arma usada no crime.

Segundo o titular de Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), Darliane mandou assassinar Maria porque gastou um dinheiro que a vítima havia lhe dado para que fosse escondido. O delegado explicou que esse dinheiro, que seria mais de R$ 100 mil, foi depositado pela cabeleireira na conta da acusada, considerada pela vítima como amiga, para que o marido não soubesse da existência desse valor. Como a suspeita gastou parte dele e não tinha dinheiro para pagar, resolveu cometer o crime.

"Segundo o que a gente apurou, ela fez gastos desse dinheiro e provavelmente não tinha como repor esses gastos. Então a única solução que ela encontrou foi matar a Maria, não pagar o que ela gastou e também ficar com o excedente. Com o próprio dinheiro da vítima, ela pagou o executor", destacou o delegado. 

Darliane, no entanto, negou o crime. Ela confirmou que as duas eram amigas e que a vítima queria esconder o dinheiro porque estava em processo de separação do marido. 

"Estou sendo acusada de uma coisa que eu sei que não fiz. Ela pediu para abrir uma conta, para a família dela não saber desse valor, porque ela estava em processo de separação do marido. Ela pediu alguns saques. Uma parte ela me deu e o restante está lá [na conta]. Ela me passou R$ 20 mil porque ela tinha um apreço muito grande por mim e inclusive a lanchonete que ela comprou ela queria que fosse para mim e para o filho dela. A gente tinha um vínculo de amizade grande. Quem nos conhece sabe que eu não estou mentindo. Se estão me acusando, vão ter que provar", disse a acusada.

Maria Lucas Moura foi morta dentro de um salão de beleza em Jucutuquara, Vitória Foto: TV Vitória

Thiago, no entanto, confirmou que Darliane pagou para que ele cometesse o crime. Segundo ele, o taxista apenas apresentou os dois, que trataram do negócio diretamente. O acusado disse que recebeu uma arma e R$ 6 mil como forma de pagamento.

"[O acordo] Foi diretamente com ela. O taxista não tem nada a ver. Ele só me apresentou porque ela fez a mesma proposta para ele e ele não quis. Foi na sexta-feira passada. Ela falava que tinha muito problema onde morava, muita briga e que nem era ela que estava mandando [matar a cabeleireira]. Ela estava sendo coiote de um camarada lá que queria que ela morresse. Ela me deu uma peça (arma) e depois me deu o resto do dinheiro", contou.

Adroaldo Lopes teve acesso a imagens de videomonitoramento de um estabelecimento vizinho ao salão onde aconteceu o assassinato e conta que chegou até Thiago por meio da camisa que ele usava na hora do crime. Segundo o delegado, o acusado trabalhava na empresa do pai e estava com o uniforme de trabalho, que tem o telefone da empresa nas costas.

"[As imagens] eram de excelente qualidade. Com isso conseguimos visualizar o telefone que tinha na camisa, nas costas. Com esse telefone, nós fizemos o serviço de inteligência e chegamos no proprietário. Quando vimos que ele tinha um filho que já tinha respondido por homicídio e tentativa de homicídio, pegamos a foto da identidade dele e vimos que era a mesma pessoa que caminhava em direção ao estabelecimento onde houve o crime. Chamamos uma testemunha ocular, que afirmou com absoluta certeza de que se tratava do autor dos disparos", contou Adroaldo.

Prisões

Dois dos acusados foram detidos pela manhã. Um deles é dono de um salão de beleza. Na casa dele a polícia encontrou três armas. Uma delas teria sido utilizada no assassinato. A moto usada no dia do crime também foi apreendida pela polícia.

Maria Lucas foi morta dentro do próprio salão de beleza. De acordo com os policiais que atenderam a ocorrência, o assassino chegou ao local, atirou contra a mulher, saiu e ainda fechou a porta do comércio.

A princípio, a polícia acreditava que o ex-marido e um inquilino da vítima poderiam ter envolvimento no homicídio. No entanto, eles não foram reconhecidos por uma testemunha do crime e conseguiram provar que trabalhavam na hora do assassinato.

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