Polícia

Motoristas que atropelaram e mataram casal na Terceira Ponte haviam bebido em boate, diz delegado

O dois motoristas se negaram a fazer o teste do bafômetro e não aceitaram passar por exames toxicológicos no Departamento Médico Legal (DML)

Foto: Reprodução

Os motoristas que atropelaram e mataram um casal na Terceira Ponte, na madrugada desta quarta-feira (22), haviam acabado de sair de uma boate de Vila Velha momentos antes do acidente. A afirmação é do delegado Ney Fanfa Ribas, que disse ainda que os dois ingeriram bebidas alcoólicas no estabelecimento.

Segundo Ribas, o advogado Ivomar Rodrigues Gomes Júnior e o estudante de engenharia Oswaldo Venturini Neto chegaram à boate por volta das 22 horas e saíram em torno de 1h10, minutos antes do acidente.

"Em diligências realizadas nesta manhã, a gente conseguiu apurar que os dois estavam numa boate em Vila Velha momentos antes do acidente. E conseguimos também apurar, por meio das comandas e de imagens dessa boate, que eles fizeram ingestão de bebida alcoólica nesse local momentos antes do ocorrido", afirmou o delegado.

O dois motoristas se negaram a fazer o teste do bafômetro e também não aceitaram passar por exames toxicológicos no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. Além disso, na delegacia eles mantiveram o silêncio durante os depoimentos.

Como eles não deram qualquer declaração, não foi possível descobrir se os dois são amigos ou se ambos se conheceram naquela noite. Uma perícia já foi solicitada para confirmar a velocidade em que os carros estavam no momento da batida, que foi registrada pelas câmeras de videomonitoramento da Terceira Ponte.

Racha

Ainda de acordo com o delegado, duas testemunhas confirmaram que os dois motoristas disputavam um racha no momento em que atingiram a motocicleta onde estavam Kelvin Gonçalves dos Santos, de 23 anos, e a namorada dele, Brunielly da Silva, de 17.

"Duas testemunhas compareceram espontaneamente [na delegacia], na manhã de hoje, e foram testemunhas oculares dessa situação. Ambos foram categóricos em afirmar que os dois veículos - o Audi e o Etios - estavam disputando um racha no momento do acidente. Ambas testemunhas narraram que os veículos estavam a pelo menos 150 km/h no momento do acidente. E também narraram que eles estavam em uma situação de emparelhamento, mudando de pistas. Então foi uma situação que eles tiveram convicção de que os dois estavam em uma disputa automobilística mesmo", ressaltou Ribas.

Ivomar e Oswaldo foram autuados em flagrante por homicídio com dolo eventual e embriaguez ao volante. Ambos foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana, onde passarão por audiência de custódia nesta quinta-feira (23). A investigação será encaminhada para a Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito.

Justiça
No início da tarde de quarta-feira, a família de Brunielly chegou de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, ao DML de Vitória para fazer a liberação do corpo da adolescente. Por volta das 14h30, a mãe e o padrasto da jovem saíram do local e atenderam a imprensa.

"É a irresponsabilidade de duas pessoas que entristece duas famílias. É muito dificil. Mas esse aí é o nosso país, nossa lei", lamentou o mecânico industrial Valdeir Soares Júnior, padrasto de Brunielly.

"É só tristeza. Não tem nem como explicar o que está acontecendo. Agora é tentar levar a vidade. Tomara que os dois sejam punidos e fiquem presos. É o que a gente espera", completou.

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