Polícia

Ladrões deixam carros sem as quatro rodas em Vila Velha

Três casos de furtos de rodas e pneus foram registrados em sete dias em Vila Velha e crime preocupa autoridades

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução TV Vitória

Os furtos de rodas de veículos aumentaram e a polícia segue investigando os casos constantes em Vila Velha. Nesta semana, mais um morador foi furtado em Santa Mônica. Os suspeitos chegaram de madrugada e levaram os quatros pneus do carro dele.

Esse foi o terceiro caso registrado em apenas sete dias em Vila Velha. Na semana passada, houve um furto em Paul e outro em Novo México. No último, o carro de uma tatuadora amanheceu sem as rodas.

"Como de costume, minha enteada chegou, meu cunhado que mora no terceiro andar acordou para trazer o cachorro para fazer as necessidades na rua, quando se deparou com o carro, por volta das 5h", disse o almoxarife Marcos Baioco

A reportagem da TV Vitória/Record TV procurou a polícia para saber por qual razão esse tipo de crime cresceu no município.

"Nós percebemos recentemente um aumento grande nesses casos de furtos de rodas, com pneus de carros. A gente atribui isso a facilidade da comercialização desse tipo de objeto, que vale dinheiro, a roda custa caro, o pneu custa caro e o comércio é muito fácil", disse o delegado Marcelo Nolasco.

A polícia notou que algumas rodas são mais procuradas pelos criminosos. Um kit de rodas de ferro sai por R$ 500 no mercado. Os suspeitos preferem rodas de liga leve, que em um carro popular, chegam a R$ 2.600.

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"Os carros mais básicos vem equipados com rodas de ferro, que são rodas mais baratas. A roda de liga é uma roda mais cara, um jogo de rodas desses novos custa R$ 2.000, R$ 2.500, então é claro que o valor de uma roda de liga leve é maior do que uma roda de ferro, então elas são sim mais visadas", contou o delegado.

Muitas vítimas desse tipo de crime optam por não registrar o boletim de ocorrência. Contudo, o delegado ressaltou a importância das vítimas registrarem o BO para que a polícia possa investigar, pois sem ele, não há crime para os policiais. 

"Tem muita gente que é furtada e não faz o boletim de ocorrência. Então, isso me inviabiliza de ter uma resposta melhor em relação ao resultado dessa fiscalização que, você vai chegar no ferro-velho, por exemplo, e encontrar um jogo de rodas, se você não tiver um boletim de ocorrência para você 'casar' que aquilo ali foi roubado, furtado, fica difícil de atribuir o furto, porque o comerciante pode ter comprado de uma forma lícita, que evidentemente é o que ele vai alegar. Então, a gente ressalta muito a relevância, a importância, a imprescindibilidade do registro da ocorrência policial" explicou Nolasco

Quem compra o material furtado também está na mira da polícia. "Evidentemente que sim, ele comete um crime de receptação e é uma receptação qualificada, porque é no exercício de uma atividade comercial. Então, a pena que vai de 3 a 8 anos, é um crime pesado", disse o delegado.

Parafusos antifurto

A reportagem também conversou com especialistas sobre o crime. Uma solução apontada para quem tem carro se prevenir, é a aquisição de parafusos antifurto. 

Eles têm um segredo diferente que, quando colocado na roda, o suspeito não consegue tirar com nenhuma ferramenta, a não ser a do próprio parafuso. Apesar disso, a polícia tem tido dificuldade em combater esse tipo de crime.

"Nós estamos vivendo uma época em que a legislação penal, infelizmente, parece que virou uma brincadeira. Nós prendemos uma pessoa dessa em flagrante, no cometimento do crime, e nós vemos que no outro dia, ao meio dia, ela é solta na audiência de custódia. Então é claro que isso é algo muito difícil, isso atrapalha muito a atividade policial, isso reflete na sociedade que é a maior vítima", disse Marcelo Nolasco.

*Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória/Record TV

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