Polícia

Caso Ana Clara: 'queremos 30 anos de condenação', diz mãe da vítima sobre julgamento de Itamar

O ex-policial militar, acusado de matar a jovem em fevereiro de 2015, vai a júri popular, nesta quinta-feira (11), no Fórum de Serra Sede

Raissa Bravim

Redação Folha Vitória
Foto: Suellen Araújo

Quatro anos após o assassinato da estudante Ana Clara Félix Cabral, de 19 anos, a família ainda aguarda por justiça. Na manhã desta quinta-feira (11) acontece o julgamento do ex-soldado da Polícia Militar e ex-namorado da vítima, Itamar Rocha Lourenço Júnior, acusado de matar Ana Clara em fevereiro de 2015.

Antes mesmo da abertura do Fórum de Serra Sede, onde o acusado vai a júri popular, os familiares da vítima já estavam presentes no local. "Nós esperamos que ele seja condenado. A única resposta para tudo isso é a condenação dele, são quatro anos de espera [...] se ele confessar, ele vai confessar uma coisa que a família já sabe", disse o pai de Ana Clara, Elson Cabral Filho.

Foto: Reprodução

O pai da vítima afirmou que vai tentar acompanhar o julgamento na íntegra. Questionado sobre o sentimento em relação à perda da filha nos últimos quatro anos, ele disse que "é inexplicável, né? porque é filha. Uma menina jovem, com saúde, com tudo pela frente e, de repente, tudo isso se acaba. É um sentimento que a gente não consegue explicar", relatou.

A mãe de Ana Clara também esteve no local declarou sua expectativa em relação ao resultado do julgamento. "É uma espera angustiante, mas finalmente chegou o dia. Se Deus quiser, vai ser 30 anos (de condenação), é o que nós esperamos". A mãe da vítima acrescentou que não vai acompanhar o julgamento na íntegra. "Vou me retirar em alguns momentos, porque eu não sei se vou ter força para ouvir certas coisas, porque eu nunca procurei saber como foi exatamente, então não sei se vou ter capacidade de aguentar tudo isso", desabafou.

Além dos pais da jovem, amigos e familiares de outras mulheres vítimas de feminicídio, como a jovem Bárbara Richardelle, chegaram ao fórum para prestar apoio à família e acompanhar o julgamento. 

Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 5 de fevereiro de 2015, na Rodovia do Contorno, na Serra. Segundo as investigações o ex-policial assassinou a namorada a tiros e jogou o corpo dela em uma ribanceira, às margens da rodovia.

No mesmo dia, o acusado chegou a afirmar à polícia que Ana Clara havia sido sequestrada por bandidos. No entanto, horas depois, o corpo dela foi encontrado às margens da Rodovia do Contorno. Itamar foi preso em flagrante por homicídio duplamente qualificado. Cerca de seis meses após o crime, o suspeito foi expulso da Polícia Militar. Ana Clara e Itamar namoravam há cerca de dois anos.

Réu não responderá por feminicídio

A lei do feminicídio (13.104/2015) entrou em vigor em março de 2015, um mês após o crime. Segundo a advogada criminalista Elisângela Leite Melo, a lei não pode retroagir, fato que impede que o réu seja julgado pelo crime de feminicídio, que prevê pena maior que o crime de homicídio qualificado. 





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