'Caso se confirme ordem de incêndio do presídio, PM irá transferir mandante para um órgão federal', diz Comandante
A Polícia Civil vai investigar se o suspeito agiu a mando de alguém e se a ordem veio de dentro do presídio
Um jovem de 18 anos foi preso suspeito de incendiar um ônibus no bairro Universal, em Viana, na manhã desta segunda-feira (20). Segundo a Polícia Militar, o suspeito foi foi localizado poucas horas após o crime e já tem cinco passagens pela polícia por tráfico de drogas e homicídios.
Na tarde desta segunda-feira (20), o Comandante Geral da Policia Militar, Douglas Caus, confirmou a prisão de um dos suspeitos envolvidos no incêndio do coletivo da linha 910. O rapaz foi identificado como Paulo Henrique Barbosa dos Santos. Segundo os policiais, ele estava com uma pistola, que foi apreendida. O rapaz teria confessado aos policiais que cometeu o incêndio e que teria comprado a gasolina.
"Foi feito um cerco e ele foi preso. No momento, ele estava acompanhado por uma menor de idade. Ele confessou a participação e falou que com comprou a gasolina em um posto, no bairro Mucuri, em Cariacica", conta.
Ao atear fogo nos coletivos, criminosos espalharam cartazes informando o motivo do crime: represália aos maus tratos e retorno de visitas nos presídios capixabas, suspensas há cerca de três meses, por causa da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com os policiais militares, no momento em que foi encontrado, o jovem quebrou o próprio celular. A polícia acredita que o objetivo foi destruir provas e informações sobre possíveis mandantes do incêndios aos ônibus.
"Quando ele quebra o celular, denota que ele quis se desfazer de uma prova. Nós acreditamos que no aparelho tenha provas de quem seja o mandante dos incêndios", disse.
A Polícia Civil deve investigar se o suspeito agiu a mando de alguém e se a ordem veio de dentro do presídio, já que o rapaz estava em liberdade há menos de um mês.
Ao mesmo tempo em que o veículo foi incendiado em Viana, um outro coletivo, da linha 753, foi incendiado no bairro Roda D'água, em Cariacica. Pela semelhança dos crimes, o Coronel Caus acredita que os ataques tenham tido o mesmo objetivo.
"Esse tipo de atuação não vai inibir a ação dos Estado e nem da polícia. E se for comprovado a vinculação com o sistema prisional e conseguirmos identificar quem foi, a Polícia Militar pedirá a transferência para um presídio federal", argumentou o Coronel.
O subsecretário de Assuntos do Sistema Penal da Secretaria Estadual de Justiça, Alessandro Ferreira, se manifestou sobre suspensão de visitas aos presos, durante o período da pandemia. "A suspensão é necessária pois protege os visitantes, os detentos e quem trabalha no sistema prisional. Estamos acompanhando os números a cada dia, a tendência é que se o número continuar caindo, vamos rever as medidas adotadas", explicou.
A Polícia Militar vai continuar em busca de outros três homens suspeitos de participarem dos incêndios dos dois ônibus. O suspeito preso nesta segunda-feira (20) foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana e vai responder pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e dano patrimônio patrimônio público.
*Com informações da repórter da TV Vitória/Record TV, Milena Martins.
