Polícia

Delegado diz que ainda é cedo afirmar que pedreiro morto na Serra molestou filha de suspeito

Mário César Gadiol foi preso na manhã desta quinta e confessou o crime. Ele também foi autuado por receptação, já que foi flagrado com uma moto furtada

Foto: Reprodução

O homem suspeito de ter matado o pedreiro Aloísio da Silva Bandeira, de 43 anos, na última terça-feira (6), no bairro Novo Horizonte, na Serra, alegou que cometeu o crime porque a vítima teria molestado sexualmente a filha dele. O motoboy Mário César Gadiol, de 30 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (08), no bairro Itanguá, em Cariacica.

No entanto, o delegado Romualdo Gianordoli, que investiga o caso, ressaltou que ainda é cedo para afirmar que essa foi a motivação do crime.

"Ele disse que a motivação é porque a vítima teria molestado a filha dele, o que nós vamos apurar. O que é certo é que ele é o autor do crime. Nós sabemos a dinâmica, mas não podemos tomar conclusões precipitadas sobre qual teria sido a motivação e fazer qualquer juízo de valor disso. Então nós vamos apurar e, tão logo tivermos uma confirmação, poderemos dar a versão oficial", afirmou o delegado.

Revoltado, o irmão de Aloísio, Francisco da Silva Bandeira, afirmou que não acredita na versão apresentada pelo suspeito. "Isso não cola. Ele era trabalhador, honesto com as coisas dele. Sempre foi. Isso não existe. E mesmo se ele fosse o maior estuprador, a pessoa quando está com raiva da outra, ela chega, mata e vai embora, porque o cara fez isso com a minha filha, pessoa do meu sangue. Eu não vou arquitetar ao ponto de chegar, pegar uma mochila para simular um roubo. Isso não existe", contestou.

Em depoimento, Mário César disse também que conhecia Aloísio e que chegou a morar no mesmo bairro que ele. Ao deterem o suspeito na casa dele, os policiais encontraram uma moto com restrição de furto. Por esse motivo, ele foi autuado por receptação, além de ser investigado por homicídio.

"O indivíduo estava com uma moto roubada, que, por sinal, é a moto que ele utilizou para fugir após o crime. A moto é fruto de furto. Ela foi furtada em uma data anterior, já há algum tempo. Ele estava a utilizando, então ele está respondendo pelo crime de receptação, por ser um objeto ilícito, e o dono vai ter restituído o seu bem", frisou Gianordoli.

O delegado disse, no entanto, que a polícia ainda não conseguiu localizar a arma do crime. "Quanto à arma do crime, segundo o próprio, ele jogou em um matagal bastante amplo. Os policiais foram até o local para tentar recuperar a arma, mas realmente, pela amplitude do lugar, para achar um pequeno objeto é bem complicado".

Videomonitoramento

O assassinato de Aloísio aconteceu em Novo Horizonte, na Serra, e foi registrado por câmeras de videomonitoramento da região. As imagens, que foram divulgadas pela polícia nesta quinta, mostram o suspeito abordando o pedreiro e o ordenando a deitar no chão. Logo depois, o homem dá três disparos contra Aloísio. Após matar o pedreiro, o suspeito pega a bolsa da vítima e foge do local.

De acordo com moradores da região, a vítima morava no local e estava a caminho do trabalho, por volta das 7h30 de terça-feira, quando foi surpreendido pelo atirador, que estava em uma moto. A princípio, a polícia chegou a cogitar a possibilidade de o pedreiro ter sido vítima de um latrocínio - roubo com morte. No entanto, desde o dia do crime, familiares de Aloísio contestavam essa versão.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que o chefe do Departamento de Investigações Criminais (DEIC) representou pela prisão temporária de Mário Cesar, pelo crime de homicídio. Ainda segundo a Sesp, o mandado de prisão foi concedido pela Justiça no início da noite desta quinta-feira e o suspeito será encaminhado para o Centro de Triagem de Viana nesta sexta-feira (09).

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