Polícia

Tiroteios, morte e confronto com a PM aumentam sensação de insegurança em Vitória

Os bairros Andorinhas, Nova Palestina, Santo André e a região do Morro do Quadro registraram tiroteios entre esta terça e quarta-feira

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução TV Vitória
A janela de uma escola do bairro Andorinhas, em Vitória, foi atingida por um tiro na tarde desta terça-feira (14). Nesta quarta (15), uma granada de fabricação caseira foi encontrada no bairro  

A violência tem marcado a semana, em Vitória. Os moradores dos bairros Nova Palestina, Andorinhas e Morro do Quadro presenciaram tiroteios nos últimos dias.

Na manhã desta quarta-feira (15), um intenso tiroteio foi registrado na região de Andorinhas. Um veículo que estava estacionado na rua foi perfurado por balas. Durante a tarde, moradores encontraram uma granada de fabricação caseira no bairro. 

Segundo moradores, o objeto teria sido deixado por um homem que passava de bicicleta. O Esquadrão Antibombas da Polícia Militar foi acionado e esteve no local. A equipe recolheu e detonou o artefato. 

Os policiais explicaram que a granada de fabricação caseira tinha o alcance de destruir um raio de até 10 metros. Ainda de acordo com a polícia, o artefato continha pregos e metais, o que poderia ferir muitas pessoas.

Milena Martins/ TV Vitória
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O caso aconteceu próximo à escola municipal Izaura Marques da Silva que, na tarde de terça-feira (14), teve uma vidraça atingida por um tiro. Por sorte, nenhum estudante estava no local.

Testemunhas contaram que um grupo armado veio da orla, por volta das 14h30, e chegou atirando. As pessoas que estavam na rua saíram correndo assustadas. Ninguém soube dizer quantos suspeitos estavam envolvidos no tiroteio. Todos fugiram. 

Na última quinta-feira (09), uma menina de 10 anos foi atingida de raspão por uma bala perdida dentro de uma creche particular em Jardim da Penha, Vitória. Segundo a polícia, a criança estava na quadra da escola, quando avisou para o professor de uma dor na altura da virilha. 

Ao se aproximar da menina, o professor viu uma bala no chão perto da criança. Ele acionou a direção da escola, que entrou em contanto com a família da criança. Ela foi levada pela mãe para um hospital.

De acordo com testemunhas, o disparo veio de fora da unidade. Algumas pessoas especularam que o tiro poderia ter vindo do bairro Andorinhas. Segundo a polícia, o local de onde partiu o tiro ainda é desconhecido.

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Duas escolas e uma unidade de saúde da região do Morro do Quadro fecharam na tarde desta quarta-feira (15). Os ônibus também deixaram de circular no local. Pela manhã, moradores fizeram um protesto na região. Dois ônibus foram apedrejados. 

Os protestos foram motivados pela morte de um jovem durante um confronto entre suspeitos e policiais militares que aconteceu entre a noite desta terça (14) e a madrugada desta quarta-feira (15).

A Polícia Militar informou que fazia um patrulhamento na região, na noite desta terça, com o intuito de prevenir o tráfico de drogas. Os policiais fizeram um cerco em uma escadaria para localizar pessoas com entorpecentes e armamentos.

Durante a ação, segundo a polícia, três suspeitos armados foram vistos subindo a escadaria correndo. Os policiais deram voz de prisão, mas não foram atendidos. Diversos disparos teriam sido realizados em direção aos militares, que revidaram.

No confronto, um jovem de 22 anos foi baleado. Segundo a polícia, o rapaz estava em posse de uma arma calibre 38 e um rádio comunicador. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Na manhã desta quarta, moradores fizeram um protesto no Morro do Quadro. Os moradores afirmam que o jovem não estava armado. 

"Os policiais deram de frente com ele e atiraram na cabeça. Ele não estava armado. Não é porque ele morreu que eu vou defender ninguém não. Era um menino educado que não andava armado. Foram muitos tiros. Eu desmoronei porque estava vindo de um culto onde falávamos de salvação. A irmã desse jovem estava aceitando Jesus na hora que o irmão dela estava sendo morto", disse uma moradora que não quis ser identificada. 

Milena Martins/ TV Vitória
Milena Martins/ TV Vitória
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Milena Martins/ TV Vitória
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A onda de violência na capital do Espírito Santo não para por aí. Na madrugada desta quarta, três tiroteios deixaram os moradores da região da Grande São Pedro, assustados. 

Moradores do bairro Nova Palestina relataram que várias pessoas chegaram no bairro dirigindo motos e fizeram os disparos. Os policiais perseguiram os suspeitos, que atiraram contra os militares e conseguiram fugir.

Nesta terça, outro tiroteio foi registrado na região da Grande São Pedro. Suspeitos armados atiraram contra policiais no bairro Santo André. Um helicóptero da Polícia Militar esteve no local após os disparos. Ninguém foi preso, mas uma arma foi apreendida.

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Também na terça-feira, um homem foi baleado após apontar a arma em direção à uma viatura da Polícia Militar, no bairro Itararé. O suspeito, segundo a polícia, estava com uma pistola calibre 380. 

Os moradores da região foram surpreendidos com o barulho dos disparos. A polícia informou que o homem foi atingido na perna esquerda e caiu no meio da rua. Ele foi socorrido e levado para um hospital. 

Após os casos de violência registrados, o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho, afirmou que as forças policiais continuam trabalhando para coibir a criminalidade e criticou a legislação criminal. 

"Temos uma legislação no Brasil que não alcança os interesses das comunidades. Uma criminalidade juvenil, de 12 a 19 anos, uma mão de obra barata que é utilizada amplamente pelo grande traficante e que não fica presa", disse.


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