Polícia

Mais de 530 homens são presos em um mês no ES em superoperação contra violência doméstica

Foram realizadas mais de 1,2 mil visitas tranquilizadoras, 122 mandados de prisão e mais de 400 homens autuados em flagrante

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Gabriel Barros/ Folha Vitória

Um total de 532 homens foram presos em uma superoperação da Polícia Civil contra violência doméstica e familiar, no período de um mês, em todo o Espírito Santo. As ações começaram no dia 29 de agosto e terminaram nesta terça (27).

A polícia realizou vários atos de repressão, com cumprimentos de mandados de prisão, prisões em flagrante e mandados de busca e apreensão. Foram 1.268 visitas tranquilizadoras, 122 mandados de prisão e mais de 400 homens autuados em flagrante.

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Neste ano, a Operação Maria da Penha aconteceu nos municípios de Colatina, Santa Maria de Jetibá, Marechal Floriano, Jaguaré, Vila Valério, Sooretama, Afonso Cláudio, Mimoso do Sul, Cachoeiro de Itapemirim e em Conceição do Castelo.

Segundo a delegada Cláudia Dematté, os autores de violência presos durante a operação praticavam diversos crimes, dentre eles a lesão corporal qualificada por violência doméstica, ameaça a violência psicológica e o descumprimento de medidas protetivas de urgência.

“Em geral não começa com a lesão corporal, mas com a violência moral por meio de xingamentos, humilhação, julgamentos e vai evoluindo para uma violência psicológica por meio do crime de ameaça e podendo ser escalado para crimes mais graves, como o feminicídio”, disse.

Ações de prevenção contra várias violências

Durante a operação, foram realizadas diversas ações de prevenção. Estima-se que cerca de 6.000 alunos adolescentes participaram de palestras com o objetivo de conscientizar sobre a violência doméstica.

As palestras abordaram as cinco formas de violência (psicológica, moral, econômica, sexual e física) e como certos atos são considerados violentos, mesmo não sendo agressivos fisicamente.

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Segundo o Major Coutinho, o agressor se sente um agressor de fato apenas quando ele entende que machucou a mulher, ou seja, quando a violência é física. 

No entanto, o fato de impedir o uso de um vestido mais curto, de um batom mais chamativo e do relacionamento com outras pessoas também seria uma forma de violência.

“Eu gostaria de dizer que dá para comemorar essa vitória, mas enquanto tiver uma mulher vitimada no meio doméstico, nossa comemoração vai ser sempre falha”, disse o major.

Projeto integrado entre as Forças de Segurança

As ações de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher foram realizadas pela Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) junto à Delegacia Móvel. Além de ações itinerantes com vários atendimentos por parte da equipe de psicólogos e assistentes sociais.

O projeto contou com a participação da Patrulha Maria da Penha, da Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Comunitária (DDHPC) e da Polícia Militar (PMES). Além de fazer parte das ações nacionais da Operação Maria da Penha, iniciada em agosto e ocorreu durante todo o mês de setembro.

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A delegada Cláudia Dematté foi a coordenadora em conjunto com a Polícia Militar, por meio da coordenação da Patrulha Maria da Penha, com o Major Coutinho. A Operação Nacional Maria da Penha é comandada pelo Ministério da Justiça, por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi).

Cláudia ressaltou que nessa operação nacional foi dado continuidade a um projeto da DEAM que se iniciou em fevereiro e março deste ano.

No projeto, 26 municípios distintos foram atendidos pelo ônibus da Polícia Civil, que levou uma ação múltipla de diversos profissionais capacitados e especializados no atendimento à mulher.

“A população precisa entender que o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher não é uma luta somente das mulheres, mas de toda a sociedade”, disse a delegada.

*Texto de Juliano Ricardo, aluno de Jornalismo da 1ª Residência em Jornalismo da Rede Vitória, sob supervisão da editora-adjunta Laís Magesky

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