Polícia

Acusado de tráfico internacional de drogas, colombiano está preso em Viana

Juan Pablo Munhos Hernandes foi preso em Madri e extraditado para Vitória, por ter cometido os crimes na capital capixaba

Acácio Rodrigues

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / Polícia Federal

Acusado de planejar, financiar e comandar uma equipe de mexicanos que exportavam cocaína em blocos de granito do Brasil para a Europa, o colombiano Juan Pablo Munhos Hernandes foi preso em Madri e extraditado para Vitória, por ter cometido os crimes na capital capixaba. Segundo o delegado da Polícia Federal (PF), Ramon Almeida da Silva, o homem fazia parte da alta sociedade espanhola. Agora, está no Centro de Detenção Provisória de Viana II.

"Ele se apresentava fora do Brasil como uma pessoa acima de qualquer suspeita. Ele frequentava a alta sociedade, fazia viagens, ostentava em redes sociais e não se passava como um traficante. As pessoas se surpreendiam quando descobriam que ele era traficante, estava envolvido com atividade criminosa", afirmou o delegado.

Juan Pablo não estava mais no Brasil, mas de acordo com o delegado da PF, ele continuava participando da operação. "A droga foi apreendida aqui, onde estava sendo praticado o tráfico de entorpecentes. Existe uma regra que a pessoa responde pelo crime no local onde o crime se consumou, foi praticado", explicou.

O acusado não tinha residência fixa, segundo o delegado Ramon Almeida da Silva. "Ele vivia em Miami (EUA), Espanha... Temos informações que, como ele era colombiano, também passava um tempo na Colômbia e também um tempo no México. Ele tinha passagens pelo México", contou.

A investigação começou entre fevereiro e março de 2017. A Polícia Federal identificou que quatro mexicanos estavam em Vitória sem trabalhar. Eles haviam entrado como turistas meses antes, em 2016. "Pagavam todas as contas com dinheiro, eles estavam em hotel, e começamos a acompanhar a atividade dos mexicanos. Ao final desse acompanhamento, eles estavam exportando blocos de granito. E, na vistoria realizada nesses blocos, encontramos 123 kg de cocaína dentro desses blocos", disse o delegado da PF.

Operação Blockbuster

Em setembro de 2017, a Polícia Federal encontrou cocaína em quatro blocos de mármore apreendido durante a operação Blockbuster, em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado. 

O material foi apreendido dentro de um galpão sob a responsabilidade do pai do homem que era considerado pela Polícia Federal como o líder da associação criminosa, à época. De acordo com as investigações, a droga seria enviada em navios para a Bélgica.

A polícia descobriu a atuação do grupo, que estaria atuando no Espírito Santo desde 2014, após apreensões de cocaína em março e abril de 2016, na Bélgica. Logo após a investigação, o grupo de criminosos parou de atuar no Brasil durante mais de um ano.

Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão, além dos bloqueios de bens. No Espírito Santo, três pessoas foram presas. Além disso, outras duas foram detidas no Rio Grande do Sul, incluindo o líder da associação criminosa, e uma prisão foi efetuada no Rio de Janeiro.

*Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/Record TV

Pontos moeda