'É uma pessoa extremamente agressiva', diz delegada sobre suspeito de matar a esposa

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Após ser preso em Guarapari, suspeito de matar a facadas a esposa, Genaína Gomes dos Santos, de 34 anos, Antônio Júnior da Cruz Silva, de 37, prestou depoimento à Polícia Civil e confessou o crime. Segundo a titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaela Almeida, Genaína foi morta com diversas facadas.

"A vítima falou que não queria mais aquele relacionamento e expulsou ele de casa. Ele saiu de casa, depois voltou e aí eles tiveram uma nova discussão. Nessa nova discussão, ele avistou em cima do tanque da residência uma faca e, nesse momento, desferiu diversos golpes de faca. Foram 16 golpes de faca no pescoço dela. Então você vê que é uma pessoa extremamente agressiva e cruel", afirmou.

Segundo a delegada, Antônio Júnior já possui passagens pela polícia por outros crimes. Desta vez, foi autuado por feminicídio. "A ficha criminal dele é bastante extensa. Ele é um sujeito de grande periculosidade. Ele já tinha sido preso por tráfico de drogas, roubo, furto. Então você percebe que é uma pessoa que tem a índole voltada para a criminalidade", frisou.

Segundo Raffaela Almeida, em depoimento, o suspeito ainda tentou justificar a motivação do crime. "Ele ontem [quarta-feira] confessou o crime, deu detalhes, tentou justificar a atitude dele, como é comum, tentando denegrir a imagem da vítima. Mas nada justifica a atitude dele".

Preso embaixo da cama

Antônio Júnior estava foragido desde o dia do crime, ocorrido no último dia 5, no bairro Oriente, em Cariacica. Ele foi preso pela Polícia Militar, que chegou até o suspeito após denúncias anônimas.

"Moradores do bairro Paturá informaram que um indivíduo com a camisa azul estava transitando na avenida principal do bairro e que esse indivíduo tinha as mesmas características do indivíduo que cometeu esse assassinato na região de Cariacica", informou o tenente Gilberto, da PM.

Segundo o tenente, ao avistar a guarnição, Antônio tentou fugir e chegou se esconder debaixo de uma cama. "Ao entrarmos no bairro Paturá, de imediato já avistamos esse cidadão no meio da avenida. Quando ele viu a guarnição de Força Tática, ele se evadiu do local, começou a empreender fuga. Então a Força Tática começou a persegui-lo e ele ficou amedrontado. Foi uma situação inusitada, eu nunca tinha visto isso. Ele estava debaixo da cama, com medo. Então, a partir de ontem, ele começou a passar as noites dele preso, para ver se ele entende que a gente não vai tolerar esse tipo de crime", ressaltou o militar.

Após ser detido, Antônio falou, com exclusividade, com a equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV. Ele disse estar arrependido do crime e culpou a bebida pelo ocorrido. Além disso, pediu perdão aos filhos. "Foi durante uma discussão, em um momento de fraqueza. Eu tinha bebido também, acabou acontecendo. Agora peço perdão aos meus filhos, estou muito triste. Peço a Deus também que conforte o coração deles e que eles possam me perdoar um dia". 

O crime

Genaina Gomes dos Santos foi morta a facada dentro da residência onde ela morava há cerca de 15 anos com o marido, suspeito do crime, e com os três filhos. Um deles, de 14 anos, disse que presenciou o crime.

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A familiares, o menino contou que todos estavam dormindo quando, no meio da madrugada, ele acordou com um barulho de discussão dos pais. Além dele, os dois irmãos mais novos do adolescente também estavam na residência e dormiam em um dos cômodos da casa.

De acordo com o filho da vítima, a mãe pedia para o pai deles ir embora da casa. Ela dizia que não queria mais manter o relacionamento. Foi quando homem pegou uma faca na cozinha e retornou, atingindo a mulher no pescoço.

Desesperado, o filho do casal foi em direção à rua e pediu ajuda na casa de parentes que moravam próximos da residência. Quando os familiares chegaram, encontraram a vítima caída e sem vida em um cômodo da casa. O suspeito fugiu a pé pelas ruas do bairro.

O corpo de Genaína foi levado ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. A vítima foi enterrada na manhã do dia seguinte.