Polícia

"O que fiz foi defender minha vida", afirma espanhol acusado de matar a esposa em Vitória

Jesús Figón esteve na DHPP, na manhã desta quinta, para oficializar o depoimento à polícia, e falou com a imprensa. Durante a madrugada, a Justiça negou a prisão do acusado

Figón reafirmou à imprensa o amor que tinha pela esposa, mas que a matou para se defender Foto: TV Vitória

"O que fiz foi defender minha vida". Com essas palavras, o comissário de segurança da Embaixada da Espanha no Brasil, Jesús Figón, tentou explicar aos jornalistas que estiveram na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, na manhã desta quinta-feira (14), os motivos que o teriam levado a matar a própria esposa, a cabeleireira capixaba Rosemary Justino Lopes, de 50 anos. O crime aconteceu na madrugada de terça-feira (12), em um prédio em Jardim Camburi.

Figón foi intimado pelo titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegado Adroaldo Lopes, a prestar depoimento nesta manhã, após ter tido a imunidade diplomática suspensa pelo governo espanhol - agora ele responderá pelo crime no Brasil. No local, ele atendeu rapidamente a imprensa.

"Durante 30 anos amei, amo e amarei minha esposa por toda a minha vida. E o que fiz apenas foi defender a minha vida e nada mais. Não pude fazer nada. [Ela] Foi a melhor, maravilhoso. Ela me amou e eu também", disse o espanhol.

O espanhol chegou à delegacia pelo estacionamento, e entrou no prédio da DHPP por volta das 10 horas. Ele esteve acompanhado de um advogado. Foi solicitada ainda a presença de uma tradutora, para que o depoimento tivesse início, já que Figón alegou não falar português.

O diplomata já havia se apresentado na DHPP no dia do crime e chegou a prestar um depoimento, alegando que agiu em legítima defesa. No entanto, como ele ainda gozava de imunidade diplomática, o depoimento teve caráter informal e não foi documentado. Em seguida, o espanhol foi liberado. Como agora, ele responde pelo crime no Brasil, o depoimento será incluído no inquérito da Polícia Civil.

De acordo com Adroaldo Lopes, a Justiça negou, durante a madrugada desta quinta-feira, o pedido de prisão feito pela polícia contra Jesús Figón. Também foi negada a cassação do passaporte do espanhol. O delegado, no entanto, frisou que Figón está colaborando com as investigações e chegou a colocar o passaporte à disposição.

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