Polícia

Idoso tem prejuízo de R$ 25 mil no ES após cair no 'golpe do motoboy'

Vítima recebeu uma ligação, pelo telefone fixo, de um falso funcionário de banco, informando que o cartão dela havia sido clonado e que precisava ser recolhido

Um idoso teve um prejuízo de cerca de R$ 25 mil após cair no chamado "golpe do motoboy". Ele foi enganado por bandidos que se passaram por funcionários de um banco e conseguiram recolher o cartão de crédito da vítima. 

Os criminosos alegaram que o cartão havia sido clonado e que o idoso precisava entrar em contato com o banco. No entanto, os golpista conseguiram travar a linha da vítima, que passou todos os dados para os bandidos, acreditando estar falando com o setor de atendimento da instituição bancária.

O crime aconteceu na última quinta-feira (24). Durante a tarde, o aposentado recebeu uma ligação, pelo telefone fixo. Do outro lado da linha um homem dizia ser funcionário do banco e afirmava que o cartão do aposentado estava clonado. Em seguida, ele orientou o idoso a retornar a ligação.

"Ela foi me pedindo os dados. Primeiramente meu CPF, que o banco sempre pede, depois confirmou endereço, telefone. Aí pediu para eu digitar o número do cartão e digitar a senha, e eu fiz tudo isso", contou.

Com todos os dados nas mãos, os criminosos deram continuidade ao golpe e disseram ao idoso que um mensageiro iria até o endereço dele para pegar o cartão. "Desci com meu filho para entregar o envelope, com a carta e o cartão, ele recebeu e foi embora", contou.

Suposto mensageiro foi até a casa do aposentado e recolheu o cartão da vítima

Segundo o aposentado, os golpistas efetuaram saques de altos valores e uma compra, no cartão de crédito, no valor de R$ 13 mil. Ao descobrir que havia sido enganado, o prejuízo já era de quase R$ 25 mil.

"A gente fica meio frustrado por cair em uma coisa dessa. Ainda mais uma pessoa experiente como eu sou, modéstia à parte, que, inclusive, já recebi uma tentativa como essa antes. Eu me sinto, de uma certa forma, um bobalhão", lamentou a vítima.

O chamado "golpe do motoboy" surgiu no Espírito Santo há cerca de um ano. Segundo a polícia, ele ficou um tempo sem ser praticado, mas, nos últimos meses, ressurgiu. A Polícia Civil tem até um perfil das vítimas preferidas nesse tipo de crime: idosos com renda elevada e que tenham telefone fixo em casa.

De acordo com a titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa), delegada Rhaiana Bremenkamp, esse último item tem um motivo. Com o telefone fixo, os bandidos conseguem travar a linha telefônica e se passar pelo atendente.

"Na realidade, o que acontece é que esse criminoso ligou para a vítima, em um número fixo, e ele não desliga o celular. Ele trava a linha dela e ela acredita que está ligando para a central de atendimento. Só que isso não acontece. Então ela acaba conversando com algum parceiro do criminoso, que coloca até aquelas gravações de banco, e a pessoa acredita que está falando com a central de atendimento", afirmou a delegada.

Rhaiana Bremenkamp orienta que, ao receber um telefonema como esse, a primeira coisa a se fazer é manter a calma e tentar falar com o banco usando outro telefone. A delegada também sugere que a vítima nunca forneça senhas ou dados pessoais e, principalmente, não entregue o cartão a ninguém.

"Para isso, não é necessário informar senha e também ninguém vai até a sua casa a pedido do banco para pegar esse cartão. Qualquer dúvida a respeito da inutilização do cartão, o criminoso sempre pede que você quebre o cartão no meio. Isso preserva o chip e é lá que tem todas as informações. Para você inutilizar esse cartão, é sempre importante quebrar o chip ao meio e nunca, de forma alguma, entregá-lo a ninguém", frisou.

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