Polícia

Áudios revelam pedido de socorro de médica assassinada em Vitória

O áudio foi gravado durante uma conversa da médica com os sogros dias antes do crime

Um áudio gravado pela médica Milena Gottardi dias antes de morrer revela o medo que ela sentia e as ameaças realizadas pelo ex-marido. Ela morreu após ser baleada na cabeça, quando saía do hospital onde trabalhava, em Maruípe, Vitória, na noite do dia 14 de setembro.

Na gravação, Milena faz um pedido de socorro aos sogros. "Alguém aguenta? Uma mulher aguenta isso (nome da sogra)? Olha pra mim! É seu filho, mas olha a maldade no coração dele. Ele me queria a todo custo! Entendeu? Vocês sabiam disso!", diz um trecho.

A conversa foi gravada dias antes da médica ser executada. Segundo investigações da polícia, o crime foi a mando do marido, o policial Hilário Frasson, 38 anos, e do pai dele, Esperidião Carlos Frasson, 71 anos.

No áudio, ela relata que se sentia perseguida. "Sabe o que ele fez? Ele colocou no meu computador de trabalho uma senha e rastreou todas as minhas conversas do WhatsApp. Eu andava na rua e achava que estavam me seguindo", diz outro trecho.

"Vocês sabem o que eu fiz para conseguir um advogado? Me disfarcei. Tive que entrar no hospital e trocar de roupa. Porque eu sabia que tinha alguém me vigiando", relatou Milena sobre o que foi necessário fazer para conseguir um advogado que a auxiliasse no processo de separação.

Milena também relatou as ameaças que sofria. "Eu tive que ir ao juiz para pedir para sair de casa para poupar as filhas nossas aqui, as netas de vocês, porque ele falou aqui, nessa mesa, 'que para resolver esse problema tinha que dar um tiro na cabeça dele', gritando. É isso, é isso gente. Uma mulher pode aguentar um negócio desse com um homem dentro de casa?"

O ex-marido e o ex-sogro da médica estão presos. Também estão na cadeia Valcir da Silva e Hermenegildo Palauro Filho que, de acordo com a polícia, são os intermediários. Dionathas Alves Vieira, o executor, e Bruno Rodrigues Broetto, que deu apoio no crime, também estão detidos. Eles dissera à polícia que receberam R$ 2 mil para matarem Milena.

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