Polícia

Falsa médica é presa após atender mais de 400 pacientes em hospital de Ibirá

A suspeita, Kelly Regiane Queiroz, de 41 anos, foi presa na terça-feira, 24, depois que uma enfermeira suspeitou de suas habilidades e alertou a direção do hospital. Interrogada, ela admitiu a farsa

Sorocaba - Uma falsa médica deu plantões e fez consultas durante três meses na Santa Casa de Ibirá, interior de São Paulo, usando documentos que haviam sido roubados da verdadeira profissional. Além de ter feito mais de 400 atendimentos no pronto-socorro do hospital, ela também deu plantões em outras cidades da região.

A suspeita, Kelly Regiane Queiroz, de 41 anos, foi presa na terça-feira, 24, depois que uma enfermeira suspeitou de suas habilidades e alertou a direção do hospital. Interrogada, ela admitiu a farsa. Pacientes que foram atendidos pela falsa médica estão sendo monitorados.

A mulher usava o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) e o carimbo que tinham sido furtados em 2016 de uma médica de São Paulo, a dermatologista Kelly Queiroz Cardoso. A médica contou à polícia que foi abordada pelos ladrões num farol. Os criminosos quebraram o vidro do carro e roubaram a bolsa com seus pertences e documentos.

Usando os documentos dela, a falsa médica abriu uma conta bancária em São José do Rio Preto. Ela também tinha um jaleco com o nome bordado: "Dra. Kelly Queiroz". Os nomes quase idênticos favoreceram a ação da suspeita.

Contratada pelo hospital, ela passou a dar plantões e atender cerca de 30 pacientes por dia, segundo declarou à Polícia Civil. Ela alegou ter feito medicina em faculdade da Bolívia, mas não passou no exame de validação do diploma.

Kelly disse ter comprado os documentos da médica verdadeira de um homem, em São Paulo, mas não deu detalhes sobre a negociação. A informação dada por ela, de que trabalhou em plantões médicos em outras cidades, está sendo apurada.

A suspeita foi autuada em flagrante por falsa identidade e exercício irregular da medicina. O delegado Roberval Macedo estabeleceu fiança de R$ 5 mil e, como não houve o pagamento, a mulher foi levada para a Cadeia Feminina de Santa Adélia.

O advogado dela, André Nardini, informou que não se manifestará sobre o caso para não antecipar a estratégia da defesa. O CRM vai abrir sindicância para apurar a contratação da médica pela Santa Casa e o atendimento feito por ela aos pacientes. Também vai acompanhar a apuração da Polícia Civil. A Secretaria de Saúde de Ibirá informou que será feito, em conjunto com o hospital, um acompanhamento dos pacientes atendidos pela falsa médica.

Em nota, a direção da Santa Casa informou que, no dia 23 de outubro, recebeu informação sobre suposta utilização de documentos falsos pela médica que atendia eventualmente no hospital e em outros municípios da região. "A Santa Casa informa que foi induzida a erro, visto que, quando da contratação da referida médica, requisitou a documentação da mesma, tendo sido apresentados pela suposta médica os referidos documentos, inclusive a carteira do CRM", diz a nota.

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