Polícia

Médico sequestrado na Maré presta depoimento e revela detalhes

O médico contou que realizou o atendimento básico e avisou que o ferido deveria ser removido para o Hospital Souza Aguiar ou para o Hospital Getúlio Vargas, unidades que realizam os procedimentos que eram necessários

O médico sequestrado na Upa da Maré, zona norte do Rio, prestou depoimento no fim da tarde desta segunda-feira (17), na Delegacia de Vila Isabel (20ª DP). Ele contou aos policiais o que aconteceu após ser levado da unidade de saúde por criminosos na madrugada de domingo (15).

Segundo a vítima, durante a madrugada, um criminoso chegou na Upa com ferimentos graves no braço esquerdo. O médico contou que realizou o atendimento básico e avisou que o ferido deveria ser removido para o Hospital Souza Aguiar ou para o Hospital Getúlio Vargas, unidades que realizam os procedimentos que eram necessários. Porém, os traficantes que acompanhavam o ferido não teriam permitido, obrigando o médico a entrar na ambulância.

O médico disse também que, antes da saída da unidade, apareceram dois homens que lhe fizeram perguntas sobre o quadro de saúde do paciente. Para a vítima, eles aparentavam ser da área médica, devido às perguntas feitas e pela conduta assumida.

Já dentro da ambulância, o criminoso ferido teria entrado em choque diversas vezes, devido a grande quantidade de sangue que perdeu.

O médico também contou que uma mulher acompanhou o criminosos no trajeto. Em seu relato, ele disse que a ambulância trafegou por bastante tempo e, após chegar em algum lugar, o qual não soube informar, a ambulância parou. Nesse local, os criminosos o obrigaram a destravar a maca para retirar a vítima, que foi recebida por outros homens. Para a polícia, o lugar é uma clínica clandestina possivelmente na Baixada Fluminense, hipótese que ainda está sendo investigada.

Na delegacia, foram apresentadas fotografias de suspeitos, mas o médico não conseguiu reconhecer quem seria o homem ferido. Segundo o delegado Wellington Vieira, titular da Delegacia de Bonsucesso (21ª DP), a ousadia da ação leva a crer que se o baleado não for o TH, um dos chefe do tráfico de drogas do Complexo da Maré, é alguém da mesma quadrilha e de importância similar.

Investigações

A Delegacia de Bonsucesso está investigando o caso e já ouviu o motorista da ambulância, que foi levada pelos criminosos. Porém, ele deve ser chamado para prestar um novo depoimento.

Na manhã seguinte ao sequestro (16), a ambulância passou por perícia, mas o veículo teria sido lavado, o que dificulta o trabalho da polícia. Em uma conversa com o delegado, o supervisor responsável pela empresa que faz o transporte informou que é um protocolo limpar o veículo quando está sujo de sangue. Na parte de fora da ambulância, os agentes encontraram marcas de digital que podem ser dos criminosos. A polícia já começou a buscar imagens de segurança que ajudem a identificar os criminosos e o GPS do veículo também será analisado.

De acordo com a polícia, na noite de sábado (14) policiais e criminosos trocaram tiros na avenida Brasil, altura da Bonsucesso. Na ação, um PM e um suspeito foram atingidos. O militar foi socorrido para o Hospital Geral de Bonsucesso. Durante a fuga, os bandidos abandonaram um carro e nele foi encontrado um fuzil que contém a inscrição "Tropa do TH", segundo a polícia, uma referência a Thiago da Silva Folly, um dos líderes do tráfico de drogas no Complexo da Maré.

O Portal dos Procurados oferece uma recompensa de R$ 2 mil para informações a respeito da localização e paradeiro do criminoso e podem ser enviadas pelo WhatsApp ou Telegram do Portal dos Procurados (21) 98849-6099, Facebook, aplicativo do Disque Denúncia RJ e pela Central de Atendimento do Disque Denúncia (21) 2253-1177. Em todos os canais de denúncias, o anonimato é garantido.

Com informações de Jaqueline Suarez, estagiária do R7 Rio

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