Em nota, divulgada no final da manhã desta quarta-feira (04), a senadora Ana Rita Esgário (PT) questionou a possível aliança entre o DEM e o Partido dos Trabalhadores (PT) no Espírito Santo. Solidarizando-se com a deputada Iriny Lopes, que no último sábado (31) publicou um artigo defendendo a candidatura própria do PT ao Palácio Anchieta, Ana Rita afirma acreditar que este seja mesmo o melhor caminho.
“(…) Neste sentido, defendo que o centro da tática eleitoral do PT capixaba deve ser presidido firmemente pelo nosso projeto nacional, por isso reafirmo a posição já expressada por mim nos encontros do partido e publicamente por meio da imprensa, me solidarizando com a companheira Iriny Lopes e com muitos outros companheiros e companheiras do PT, os quais defendem que o melhor e mais adequado caminho a ser construído pelo PT Capixaba é o de candidatura própria do partido ao governo do estado”, afirma Ana Rita.
A parlamentar disse ainda que sentiu-se surpresa com a possibilidade de alianças entre petistas e democratas. “PT e DEM possuem projetos e visões antagônicas de sociedade e programas de governo distintos. Deixar o eleitor votar em um candidato que defende um desses projetos e na prática eleger outro que defende um projeto oposto é algo que não podemos aceitar”.
A senadora também afirma que a “reeleição da presidenta Dilma é seguramente o único caminho capaz de garantir a continuidade e os avanços deste processo de mudanças vivenciado no País”, e finaliza dizendo que é o momento do PT substituir a matemática puramente eleitoral pela política.
Não me alinho aos que defendem as alianças eleitorais com um pragmatismo sem princípios, não concordo com a tese de ser eleita custe o que custar
Veja nota na íntegra:
“Confira abaixo nota que acabo de lançar questionando uma possível aliança do PT com o DEM no Espírito Santo, na qual defendo a prioridade do projeto nacional capitaneado pelo PT e reforço a necessidade do partido se colocar como protagonista no Espírito Santo, com candidatura própria ao governo, para que possamos construir, em conjunto com a sociedade, um projeto alternativo de poder para o Estado.
A alternativa é ousadia e protagonismo
Neste último final de semana a imprensa divulgou declarações de alguns dirigentes do PT capixaba a respeito das próximas eleições e de possíveis coligações.
Entre estas declarações me surpreendeu a que afirma a possibilidade do PT integrar uma aliança que inclui o DEM (ex-PFL).
Em uma eleição proporcional os votos de todos os candidatos da mesma chapa influem no resultado dos eleitos, isso significa que alguém que vote em um candidato do PT poderá ajudar a eleição de um candidato do DEM, e vice-versa.
Isso não é correto com os cidadãos e eleitores. PT e DEM possuem projetos e visões antagônicas de sociedade e programas de governo distintos. Deixar o eleitor votar em um candidato que defende um desses projetos e na prática eleger outro que defende um projeto oposto é algo que não podemos aceitar.
Mas vou além, mesmo que em chapa separada na proporcional, estar unidos na majoritária significa dizer ao eleitor que defendemos o mesmo projeto de sociedade, o que é uma absoluta inverdade. Basta verificar os posicionamentos dos parlamentares do PT e do DEM no Congresso Nacional.
Não me alinho aos que defendem as alianças eleitorais com um pragmatismo sem princípios, não concordo com a tese de ser eleita custe o que custar. Temos que enfrentar este processo de unanimidade que leva a homogeneização dos partidos. O PT precisa se diferenciar.
Reafirmo o que venho dizendo publicamente há mais de um ano: é extremamente importante para o povo brasileiro a continuidade e aprofundamento das mudanças que vem ocorrendo em nosso país, iniciadas a partir de janeiro de 2003 com a eleição do ex- presidente Lula, até os dias de hoje com o governo Dilma.
A reeleição da presidenta Dilma é seguramente o único caminho capaz de garantir a continuidade e os avanços deste processo de mudanças vivenciado no País, além de ser o mais viável para a implementação das reformas tão almejadas pela população.
Neste sentido, defendo que o centro da tática eleitoral do PT capixaba deve ser presidido firmemente pelo nosso projeto nacional, por isso reafirmo a posição já expressada por mim nos encontros do partido e publicamente por meio da imprensa, me solidarizando com a companheira Iriny Lopes e com muitos outros companheiros e companheiras do PT, os quais defendem que o melhor e mais adequado caminho a ser construído pelo PT Capixaba é o de candidatura própria do partido ao governo do estado.
Não tenho dúvidas de que esta é uma bela oportunidade para o PT politizar e elevar o nível do debate; reaproximar dos setores progressistas e populares da sociedade; reatar os laços com as trabalhadoras e trabalhadores, garantindo um palanque comprometido e consistente de defesa dos avanços conquistados em nossos governos Lula e Dilma e ao mesmo tempo se recolocar, junto à população capixaba, enquanto alternativa programática de governo.
Estou segura que este projeto animará e colocará em “movimento” a nossa militância e a nossa base social histórica na defesa do nosso projeto.
É momento para ousarmos e substituirmos a matemática puramente eleitoral pela política”.
Senadora Ana Rita