Ramalho não descarta eleição, Euclério perto de trocar de partido e o jantar da oposição

Coronel Ramalho / Crédito: Hélio Filho

Coronel Ramalho diz que não descarta disputar em 2022

O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, tem sido cotado e cobiçado por algumas legendas para disputar as eleições no ano que vem. À frente de uma das pastas mais desafiadoras do governo, Ramalho evita falar sobre o assunto, mas ao ser questionado pela coluna se descartaria totalmente disputar as eleições do ano que vem, ele disse que não.

“Não, não descarto totalmente, não. Estou envolvido com a política desde que eu entrei na Polícia Militar. A gente se envolve politicamente com todas as questões que permeiam a segurança pública”, disse Ramalho, que enfatizou, porém, que não há nada fechado ainda.

“Quando se ganha um pouco de visibilidade, o que é natural da minha função, aí muitas pessoas especulam isso. Houve conversa a respeito? Houve. Mas, concretamente, de estar algo fechado, não houve. Eu sempre escuto: “Nosso candidato”, mas não há, de coração, nenhuma conversa definida com nenhum partido. Isso não tem. Estou muito à vontade dentro do projeto do governador Renato Casagrande, na segurança pública”, avaliou.

Questionado pela coluna o que disputaria caso decida entrar na política, Ramalho nem titubeou: o alvo é o Congresso Federal. “Tem algumas questões que sempre coloquei, nos meus 33 anos de PM, que me irritam profundamente. A segurança pública não ganha uma agenda nacional, tem as questões do “prende e solta”, uma legislação altamente leniente, que prejudica o tempo todo. Se fosse para entrar (na política), eu gostaria de defender questões da legislação federal, que não conversam com os interesses da sociedade, que nos cobra muito e nos joga muita responsabilidade, mas não nos dá as condições de trabalho por causa de uma lei fraca. Mas ainda não tem nada de concreto nesse sentido”. A possibilidade é de Ramalho disputar a Câmara Federal.

Qual será o abrigo?

Ramalho já recebeu convites de várias legendas para se filiar e disputar. “Fui convidado, por alguns partidos que já vieram conversar, mas nada de concreto. Alguns presidentes de partidos me perguntam: ‘Já pensou na política?’ Aí eu digo que não é o momento”.

Ramalho não cita as legendas, mas a coluna apurou que Podemos e PSL já teriam convidado o secretário. O presidente do PSL-ES, Coronel Quintino, confirmou ter feito o convite. “Ele está sendo um bom secretário”, disse Quintino.

Crédito: Leonardo Duarte/Secom

Confiança

Mesmo tendo sido comandante da PM na gestão passada, do ex-governador Paulo Hartung, Coronel Ramalho conta com a confiança de Casagrande.

Há poucos dias, quando o secretário foi alvo de críticas devido ao índice de homicídios no Estado – o Espírito Santo registrou 908 assassinatos de janeiro a outubro deste ano, com um crescimento acentuado de crimes no interior –, a coluna questionou a um integrante da cúpula do governo se haveria alguma sinalização de mudanças na pasta. A resposta foi a garantia de que Ramalho fica.

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Jantar da oposição

Casal Manato, o secretário da Pesca e deputados estaduais: articulações

O casal Manato reuniu, em sua casa para um jantar, o secretário de Aquicultura e Pesca do governo federal, Jorge Seif, e os deputados Capitão Assumção, Carlos Von, Torino Marques e Danilo Bahiense na noite da última sexta-feira (05). O secretário veio ao Estado para se reunir com produtores e pescadores, a convite da deputada federal Soraya Manato.

No jantar, foram servidos de entrada: siri desfiado, pasta de atum e maionese de lagosta adocicada. Já o prato principal foi macarrão com molho de camarão VG e, de sobremesa, teve torta de limão. Diz o ex-deputado Carlos Manato, sem apresentar provas, que foi ele quem cozinhou tudo sozinho. Mas o encontro não foi apenas gastronômico.

No cardápio também foram servidas muitas articulações políticas. Os deputados estaduais formam o quarteto da oposição ao governo Casagrande na Assembleia. E Manato é pré-candidato ao Palácio Anchieta no ano que vem. Ele ainda se movimenta para conseguir um partido que aceite sua pré-candidatura e que possa abrigar sua esposa, Soraya Manato, que é candidata à reeleição e hoje está no PSL – partido que, no Estado, é da base aliada do governador.

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Euclério vai aceitar o convite para o Solidariedade?

O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, vem ao Estado nessa segunda-feira (08) para dar a posse ao novo diretório estadual da legenda. O secretário de Governo de Cariacica, Messias Donato, será oficializado como presidente da sigla no Estado. Ele já está no posto que antes era ocupado pelo ex-deputado Jorge Silva.

No evento, marcado para as 19h, Paulinho deve ser oficializado também o convite para que o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, e o ex-deputado Sandro locutor entrem no partido. Também será lançada a pré-candidatura do vereador da Serra Arthur Costa, ao Senado.

Euclério anda com a relação estremecida com o DEM há algum tempo. Questionado há alguns dias pela coluna, ele se queixou de que não é consultado para nada no Democratas. “Ninguém me consulta para nada. Deve ser porque tem muita gente importante no partido e eu não sou importante. Tomam todas as decisões e não chamam o Euclério pra nada. Já o Solidariedade de Messias me pede opinião”, disse ele.

O que deve pesar para ele mudar de legenda é a garantia de que poderá apoiar o governador Renato Casagrande à reeleição, sem constrangimentos, e ter influência de peso nas decisões partidárias. O presidente do DEM, Ricardo Ferraço, tem se aproximado do governador, mas a legenda, que se uniu ao PSL, ainda não bateu o martelo do rumo que irá tomar no ano que vem.

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Batendo ponto

Divulgação

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), fez um grande evento no sábado (06) de entrega de escrituras para 61 famílias – algumas esperavam há 45 anos pelo documento. Além da equipe de governo, vereadores e lideranças comunitárias, quem também esteve presente foi o presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos).

O deputado, que é cotado para disputar a Câmara Federal e/ou o Palácio Anchieta, tem batido ponto nos eventos da prefeitura, tendo em vista que seu reduto eleitoral é Aracruz e uma disputa ao governo ou ao Congresso exige uma maior capilaridade de votos.

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Deixou no ar

“Por que o governo federal precisa de uma empresa de petróleo? Por que o Espírito Santo precisa de um banco comercial?”, questionou o deputado federal Felipe Rigoni no 9º Fórum Liberdade e Democracia, que ocorreu na última sexta-feira (05), em Vitória.