Política

Bumlai confirma ter falado com lobista sobre permanência de Costa na Petrobras

Fernando Baiano manteve versão de que foi Bumlai quem agendou reunião em 2010. Segundo operador, foi acertado pagamento de R$ 2 milhões em propina para a campanha da presidente Dilma

Redação Folha Vitória
Bumlai esteve em acareação com lobista Fernando Baiano Foto: Agência Brasil

São Paulo - O pecuarista José Carlos Bumlai - amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - confirmou em acareação com o operador de propinas Fernando Soares, o Fernando Baiano, ter conversado com ele sobre a permanência de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, mas negou ter agendado reunião dos dois delatores da Operação Lava Jato com o ex-ministro Antonio Palocci.

"Realmente chegou a conversar com Fernando Soares sobre eventual permanência de Paulo Roberto Costa na Petrobras, porém nunca se comprometeu a ajudar ou envolver terceiros neste assunto", registrou a Polícia Federal, no termo de acareação entre Bumlai e Fernando Baiano, de quinta-feira, 14.

Operador de propinas do PMDB, Fernando Baiano, manteve, diante do pecuarista, que foi ele quem agendou a reunião em meados de 2010. Na ocasião, segundo o operador, foi acertado pagamento de R$ 2 milhões em propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff.

Em troca, Palocci defenderia a permanência de Costa na Diretoria de Abastecimento, após a vitória de Dilma. O ex-diretor estaria preocupado em perder o cargo, que durante o governo Lula era sustentado por políticos do PP, do PMDB e pelo próprio ex-presidente - que nega.

Fernando Baiano afirmou em sua delação premiada que, em 2010, foi procurado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. O delator disse ter procurado Bumlai para que intercedesse em favor de Costa.

Baiano diz que o pecuarista sugeriu que o ex-ministro Antônio Palocci - coordenador da campanha presidencial petista - fosse procurado. O delator sustentou na acareação que Bumlai agendou a reunião entre Palocci e Costa e que forneceu a ele os dados do local, data e hora.

No encontro, Baiano diz que foi acertado o pagamento de R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. O responsável pelo recebimento, segundo o delator, seria o ex-assessor de Palocci Charles Capella de Abreu. Ele foi ouvido ontem pela PF e colocado frente a frente com seu acusador.

Charles negou conhecer Baiano. O lobista manteve que Charles foi indicado por Palocci para operar o recebimento dos valores. Disse acreditar se tratar da mesma pessoa, mas que não poderia, por fisionomia, dar 100% de certeza.

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