Política

Partidos fazem processo seletivo para escolher candidatos a prefeito e vereador

Novo e Rede querem concorrentes mais preparados nas eleições deste ano e, em alguns casos, interessados podem até ter que pagar para participar do processo

Foto: Folha Vitória
Cabine de votação: partidos  querem candidatos mais preparados à disputa deste ano

Candidatos de quem todo mundo gosta, de papo fácil e cativante. Aquele amigão de todo mundo, boa praça, que promete melhorar a vida do eleitor que o ajudar. É o famoso: “ajuda eu”. O candidato típico não é mais o principal alvo dos partidos políticos para as eleições deste ano. Pelo menos de alguns partidos. A prática de estabelecer um processo seletivo para escolha de candidatos virou alternativa aos nomes consagrados e, muitas vezes, desgastados com a população.

O Novo, assim como em uma empresa, faz processo seletivo para escolher candidatos a prefeitos e a vereador. Para estas eleições, houve seleção em Vitória, Vila Velha e Serra.

“O candidato precisa ter alinhamento com o pensamento ideológico do Novo, como foco em gestão eficiente e atuação mínima do Estado em áreas que não são de sua competência. Para nós não interessa se o candidato tem popularidade ou não. Nosso projeto é a longo prazo”, explicou o presidente estadual do partido, Orlando Rezende.

Em Vila Velha, o candidato que passou pelo processo seletivo e vai disputar é o procurador Dalton Morais. Em Vitória dois foram selecionados: o ex-candidato ao governo do Estado professor Aridelmo Teixeira e o ex-secretário de Estado da Segurança Pública coronel Nylton Rodrigues. O ex-secretário é que vai disputar a prefeitura pela sigla. Na Serra não houve candidatos aprovados no processo.

O processo seletivo para vereadores funciona apenas em Vitória e Vila velha. No município canela-verde são 12 concorrentes por enquanto: 10 homens e duas mulheres que passam por três etapas. “Não queremos quantidade. Queremos candidatos qualificados e acredito que vamos fazer entre um e dois vereadores em cada cidade. Nós queremos eleger o projeto e não um candidato”, argumentou Orlando. Membros do novo só podem se reeleger uma vez e precisam exercer uma atividade profissional que possa ser conciliada com a atividade política.

Na primeira etapa do processo, o “candidato a candidato” grava um vídeo de dois a três minutos contando um pouco de sua história e porque quer ser vereador pelo Novo. Nesse vídeo os avaliadores observam oratória, capacidade de expressão e conhecimento. Também encaminha o currículo educacional.

Depois tem entrevista com membros nacionais do Novo, que vão avaliar se o candidato está preparado. E na última etapa os candidatos recebem tarefas, como proferir palestras, por exemplo, sempre acompanhado de um mentor designado. E ainda tem um fator importante nesse processo todo. Para concorrer o “candidato a candidato” precisa pagar uma taxa de R$ 250. “Primeiro, o partido não usa dinheiro público. É mantido pelos filiados. A taxa cobre as despesas de todo o processo e ainda funciona como uma forma de inibir quem quer apenas se aventurar. Os candidatos sabem que é algo sério”, afirma Orlando.

Quem também vai fazer processo seletivo é a Rede Sustentabilidade. Mas, diferente do Novo, sem cobrar nada. O diretório de Vila Velha tem um projeto piloto que começa este ano e deve servir de referência para o partido todo o Brasil. O processo também vai funcionar em etapas e tudo começa com a publicação de um edital, que deve sair na próxima semana (3 a 8 de fevereiro).

“Estamos abertos a todos os gêneros de pessoas e todas as ideologias, independente de ser de direita ou esquerda. Queremos gente interessada em construir a cidade, com uma boa índole. Claro que queremos candidatos alinhados com nossa forma de pensar”, disse o porta-voz da Rede em Vila Velha, Rafael Primo.

Primeiro o partido verifica quem está apto, legalmente, a concorrer nas eleições. Não precisa ser filiado inicialmente, e se for aprovado no processo o candidato se filia. Em seguida há uma reunião com os inscritos e dirigentes apresentam a Rede, explicam quais os pensamentos e avaliam se os postulantes se identificam com as ideias. Quem se alinhar, continua.

“Realizar processos assim é uma tendência no País. Queremos gente preocupada com a atividade fim e não com o poder, simplesmente. Queremos usar as redes e a força de nossos mandatários para ter um crescimento orgânico”, afirmou Rafael.

Em outra etapa são as entrevistas individuais. Nesta fase os dirigentes avaliam se o candidato não tem nenhum desvio de conduta que possa ir contra as ideias da legenda. Por último, os candidatos aprovados passam por uma formação política em que terão instrução sobre como funciona a gestão e todos os processos administrativos de uma cidade.

Outros partidos

O Republicanos não fará nenhum processo seletivo. O partido informou que busca candidatos que tenham afinidade com o pensamento da sigla, que tomou como diretriz na última convenção nacional, se posicionar como um partido de centro, conservador nos costumes e liberal na economia. Após o prazo final de filiações, dia 4 de abril, o partido vai iniciar um curso de qualificação para quem for candidato a vereador e a prefeito.

O Podemos dispõe de executivas municipais, que identifica as lideranças políticas e convida para a participação no partido. A orientação é que as executivas busquem pessoas de boa índole e que não tenham questões na Justiça. O Podemos também tem como meta realizar diversos eventos de formação partidária.


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