Política

Bancada capixaba critica discurso de Dilma no Congresso na volta do recesso

A presidente Dilma Rousseff (PT) participou da sessão solene e conclamou os parlamentares a discutir a reforma previdenciária e a implantação da CPMF

Dilma foi recebida pelo presidente do Congresso e discurso foi acompanhado por Cunha Foto: Agência Senado

A bancada capixaba retornou nesta terça-feira (2) ao Congresso Nacional e afirmou que está preocupada com a crise pela qual o país enfrenta. A presidente Dilma Rousseff (PT) participou da sessão solene e conclamou os parlamentares a discutir a reforma previdenciária e a implantação da CPMF.

Na opinião da senadora Rose de Freitas (PMDB), é preciso aprovar os ajustes propostos pelo Executivo e tentar reduzir a inflação.

“Quando se fala que precisamos de investimento, sabemos que não temos como fazer investimento. O país não vai se desenvolver ao nível que nós estamos esperando. Vamos debelar a inflação ao nível de 4%. Se nós avançarmos nessa questão dos ajustes, que precisam ser feitos, eu tenho a impressão que nós conseguiremos dizer, não que debelamos a crise, mas que estancamos a sangria desatada que está nesse Brasil”, considerou a senadora.

Já o senador Magno Malta (PR) pretende apresentar alguns projetos que deverão gerar debates. Entre eles, está o projeto que pune com mais rigor diretores de empresas responsáveis por tragédias ambientais, considerar rompimento de barragens, principalmente com vítimas fatais, crime inafiançável e rever o ressarcimento e indenização de famílias afetadas, fauna, flora e cidades que sofreram prejuízos. 

“Combateremos a legalização das drogas e do jogo de azar no País. A liberação do uso de maconha está no STF, assim que a votação for concluída, caso seja liberado o consumo e plantio apresentaremos proposta que venha em defesa da família brasileira”, exemplificou o senador, que também afirmou que vai trabalhar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O deputado Max Filho (PSDB) não se impressionou com o discurso da presidente e afirmou que vai exercer o papel de oposição com rigor.

“Esperamos que as instituições democráticas funcionem em proveito do povo brasileiro. Esperamos que a Câmara faça sua parte, cassando o mandato de Eduardo Cunha (PMDB), limpando a área para que o STF (Supremo Tribunal Federal) possa cassar o registro do diploma da chapa Dilma/Temer para que possamos ter novas eleições. Acredito que será um atalho para a superação da crise”, destacou o deputado federal tucano.

Para o deputado federal Mannato (SD), tomando por base o discurso da presidente Dilma, ela terá um ano difícil.

“Antes de convencer o Parlamento, ela terá que convencer o seu partido com essas medidas impopulares que são a recriação da CPMF e a reforma da previdência, depois ela terá de convencer os poucos aliados. Tem muita gente da base aliada que não vai querer se expor nesse ano eleitoral. É desgastante para todo mundo. E o processo de impeachment tem que ser resolvido logo porque está ruim para o país”, afirmou Mannato.

Mais incisivo, o deputado Evair de Melo (PV) disse que o discurso presidencial foi vergonhoso.

“Foi uma vergonha o pronunciamento. Ela falou em aumento de impostos. É o mesmo discurso de 2015. Ano passado ela negou a relação com o parlamento e agora em 2016 posa de boa moça. Ela não apresentou nenhuma novidade. É difícil sonhar com uma solução diante da dificuldade de dialogar com o setor produtivo. E ainda coloca em dúvida a credibilidade do país internacionalmente”, apontou o deputado.

O deputado Givaldo Vieira (PT) aposta no fim da crise política com a decisão do STF em afastar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

“É preciso acabar de vez com o discurso golpista. Isto não é cabido. O STF tem que tomar a decisão do afastamento do Eduardo Cunha. Isto tem criado dificuldades no ajuste fiscal. O governo tem mostrado equilíbrio. Demonstrou esse equilíbrio na escolha do ministro Nelson Barbosa, que assumiu o compromisso com a retomada do crescimento econômico”, disse ele.

E acrescentou: “Algumas decisões são necessárias. Uma delas é o reforço da arrecadação pública brasileira e a CPMF é mais democrática. Ela envolve toda a movimentação bancária e é livre de desvios. O imposto é necessário para recuperar a arrecadação pública. A presidente sinalizou com o ICMS através de incentivos fiscais nos estados. É uma forma de organizar a carga tributária”.

O deputado Sergio Vidigal (PDT) acredita que o discurso da presidente trouxe novidade.

“Ela perdeu um ano. O discurso está atrasado um ano. Ela perdeu a oportunidade de fazer os ajustes. O Espírito Santo deu o bom exemplo. O que ela está propondo não é nada excepcional. Está falando em aumentar imposto. A inflação subiu, o desemprego aumentou. Ela precisa resolver o problema do setor produtivo no Brasil. É preciso tentar uma coalizão e conversar com as principais lideranças”, opinou o parlamentar.

Quando o assunto é o retorno da CPMF, o deputado Lelo Coimbra (PMDB) é taxativo: é contra.

“Fui contrário à criação da CPMF quando o Lula propôs, no auge do seu governo. E vou votar contrariamente agora. Naquela época foi aprovado na Câmara por oito votos. E no Senado foi derrotado. E a popularidade dele estava alta. Ao vir ao Congresso, a presidente cumpriu o papel institucional, mas esta é uma pauta difícil. É preciso que o STF acelere as consultas. O presidente da Câmara apresentou embargos infringentes que devem ser respondidos pelo Supremo. E não deverá ter votações até isto acontecer”, alertou o deputado Lelo.

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