Política

Vereador de Brejetuba afirma ter sido ameaçado para renunciar ao cargo

Ele teria sido levado por dois homens para uma região rural e teria sido obrigado a assinar um documento renunciando ao posto

Foto: Reprodução/Facebook

O vereador de Brejetuba Antônio Marcos Bonifácio (Cidadania), mais conhecido como Antônio da Saúde, contou à polícia que foi sequestrado na última quarta-feira (17), no município. O caso teria ocorrido enquanto ele se dirigia à Câmara para uma reunião. Ele teria sido levado por dois homens para uma região rural e, sob ameaças, teria sido obrigado a assinar um documento renunciando ao cargo de vereador. Depois, foi deixado em Viana. 

"Foi uma grande tortura psicológica, ele estava com arma apontada pra cabeça o tempo todo. Ainda tiveram a audácia de mandar ele ligar pra Câmara e confirmar que enviaria alguém para entregar o documento no local comunicando a renúncia", informou fonte que não quis se identificar. 

Os vereadores que aguardavam Antônio da Saúde na Câmara desconfiaram da situação e pediram ajuda ao deputado estadual Hudson Leal (Republicanos), que é amigo do vereador. O deputado fez contato com a Promotoria de Justiça que atende a região e a orientação foi para que Antônio procurasse a polícia para registrar um boletim de ocorrência, o que foi feito na última sexta-feira (19). 

Abalado, o vereador não quis conversar com a reportagem. Nessa terça-feira (23) ele esteve, junto com Hudson, na Secretaria de Estado da Segurança Pública e conversou com o secretário Alexandre Ramalho. O deputado estadual publicou sobre o encontro nas redes sociais. "Conversamos sobre o sequestro relâmpago e tortura sofridos pelo vereador há alguns dias. Agradeço a atenção do secretário, que prontamente atendeu as nossas solicitações", disse Hudson.

Segundo a Secretaria de Segurança, a Polícia Civil iniciou a apuração e diligências sigilosas estão sendo realizadas. "Os trâmites em relação à proteção ao vereador estão sendo avaliados de acordo com a legislação vigente. A Sesp, por meio da Subsecretaria de Estado de Inteligência (SEI), acompanha a situação e o desenrolar das investigações. Mais informações serão repassadas em momento oportuno", informou a nota. 

Ministério Público

O Ministério Público disse que instaurou procedimento para apurar os fatos. "O referido vereador prestou informações em relação caso. Conforme boletim de ocorrência registrado por ele na Polícia Civil, ele foi coagido a renunciar ao mandato sob ameaças de morte. O MP-ES já instaurou procedimento para apurar os fatos e vai realizar diligências e colher depoimento de testemunhas e suspeitos. O MP-ES também solicitou à Justiça medida cautelar prevista no art. 319, inciso III do Código de Processo Penal e pedido de escolta ao vereador".

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