Política

Debates e questionamentos foram o foco da reunião pública sobre o Hospital e Maternidade Cidade Saúde em Guarapari

A reunião, coordenada pela Comissão Permanente de Economia & Finanças, através do vereador Thiago Paterlini (PMDB), relator e do presidente, Marcos Grijó (PDT), também contou com o vereador Lennon Monjardim (PODEMOS) na mesa, além de quase todos os parlamentares da Casa.

Aline Couto

Redação Folha da Cidade
Reunião pública sobre o Hospital e Maternidade Cidade Saúde.

Em uma noite de debates acalorados e muitos questionamentos, a Câmara de Guarapari recebeu ontem (26), a secretária da Saúde, Alessandra Santos, o secretário de Obras Públicas e Serviços Urbanos, Emanuel de Oliveira, a secretária de Análise e Aprovação de Projetos, Milena Moreira junto a arquiteta, urbanista e engenheira da pasta, Juliana Breda, que foram convidados para a reunião pública na Casa de Leis com o propósito de apresentar Projeto do Hospital e Maternidade Cidade Saúde aos parlamentares e a população.

O presidente da Comissão contou que todos querem a criação de um Hospital para sanar o principal problema da cidade, a saúde. Segundo ele, a construção tem que ser feita de forma correta e no caso do Hospital e Maternidade Cidade Saúde, existem dúvidas com relação ao local que deverá ser construído e de como será gerido após ficar pronto. “Há 10 anos falam que vão construir esse Hospital, e nossa grande preocupação é que se o Projeto finalmente sair do papel, ele não vire um elefante branco como muitas construções em Guarapari. Um Hospital tem que ser prático e de fácil acesso a população, temos que pensar sempre em mobilidade urbana. A estrutura hoje está em ruínas e o acesso é por uma rua estreita dentro de um brejo, o que é um fator complicador. E também queremos saber como será a gestão após ele estar pronto, já que o Estado disse que não é parceiro do município nessa obra”.

Apresentação da arquiteta da prefeitura, Juliana Bredas. 

As representantes da prefeitura, Juliana Breda e Alessandra Santos, apresentaram o projeto e as planilhas com os valores recebidos e gastos, além de documentação relativa à obra. “Explicamos que a manutenção do Cidade Saúde será público privada, que temos a resolução do Conselho sobre a desapropriação do local em 2010, a resolução aprovado no Estado dizendo que projeto é possível, e que está na programação do Estado a construção do Hospital”, explicou a secretária de Saúde.

“Mostramos o projeto arquitetônico, que consiste em três pavimentos, divididos por áreas como internação, emergência, análises, exames. Temos dois pavimentos iniciados e inacabados, vão ser construídos um terceiro e quarto pavimentos, 143 leitos, além do Heliporto na cobertura. Foi apresentado como está o andamento hoje, os projetos aprovados, no Corpo de Bombeiros, na EDP, o modelo arquitetônico, na vigilância sanitária estadual, e toda a planilha orçamentária e a abertura da licitação, que começa com a parte documental, depois, em torno de 15 dias, a técnica com o resumo da planilha orçamentária”, descreveu a arquiteta.

O secretário de Obras apresentou o laudo estrutural com as medições aprovadas e disse que o valor total da obra está orçado em R$ 27 milhões. “Recebemos até o momento cerca de R$ 3,5 milhão e ainda vamos receber um aditivo de R$ 18 milhões, dinheiro esse reservado somente para o uso nas obras do Hospital”, relatou Emanuel.

Apresentação da presidente da FOPEG, Jania dos Santos. 

A presidente do Fórum Permanente de Guarapari, FOPEG, Jaina da Costa, fez uma apresentação de 10 minutos, mostrando documentos que foram feitos há anos, que contestam várias irregularidades nessa obra e perguntas sobre o andamento do Hospital e a falta de respostas. “Existe uma quantidade enorme de coisas erradas sobre a construção desse Hospital. Tenho 50 anos na construção civil e pisando em uma obra eu sei o que está errado, a obra é mal feita, mal localizada, de difícil recuperação, toda danificada. Levei três engenheiros para ver o local e o dinheiro gasto em recuperação desse terreno, dá para comprar outro e fazer um novo Hospital. Queremos um Hospital, mas que ele funcione, não que seja um moedor de dinheiro”

Assim que as perguntas foram abertas ao plenário, a diretora de relações públicas do FOPEG, Neliana Vilela perguntou sobre qual projeto a atual gestão esta se baseando para seguir com a construção. Os representantes da prefeitura explicaram que existiam dois projetos, e que o segundo, criado na gestão passada, modificado por questões de vigilância sanitária, é o modelo utilizado atualmente. Neliana ainda questionou sobre a desapropriação do terreno, e foi respondida que haviam três processos em andamento a respeito disso.

Alguns vereadores também se manifestaram, inclusive o Presidente da Câmara, Wendel Lima, que solicitou a documentação mostrando quais os valores recebidos e pagos até o momento. A Comissão também solicitou toda a documentação que comprove o que o executivo apresentou na reunião, e algumas respostas que não obtiveram. “Estamos aguardando todas as respostas e que que tudo que foi falado e apresentado nos chegue em forma de documentos”, finalizou Grijó.

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